Os moderninhos do sertão: A traição da tradição e o culto à modernidade
DOI :
https://doi.org/10.26512/interethnica.v14i1.15349Mots-clés :
AntropologiaRésumé
O presente trabalho discute a ideologia da sociedade moderna e como os países de terceiro mundo adotaram esses modelos ideológicos nos seus projetos nacionais. Esses modelos criam pedagogias que geram fronteiras internas e montam diferentes estratégias de performances na sociedade nacional. O caso brasileiro, com suas narrativas dualistas, montou uma ideologia híbrida, que se polariza em narrativas expressas em binaridades, como: moderno-tradicional, desenvolvido- subdesenvolvido, sertão-litoral, essa última oposição ó o foco apresentado aqui. O pensamento social no Brasil sempre representou o sertão como uma região concreta: Nordeste, Centro-oeste, Norte de Minas Gerais e partes do Sudeste foram ditos e vistos como sertão. É o caso também do estado de Goiás que desde as bandeiras foi representado como lugar vazio, fronteira a ser ocupada e civilizada, local de formas arcaicas de poder político, marcado por relações personalistas. Mas o sertão é uma região imaginada, não cartografada e construída discursivamente, de modo que as representações sobre o sertão são variadas. Contemporaneamente, em Goiás, as representações de modernidade querem deslocar o sertão para “mais além”. Através de um trabalho empírico com universitários goianos, pretende-se discutir as representações do moderno e do tradicional e como estas instá‚ncias estão imbricadas.Â
Téléchargements
Références
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: Reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das letras, 1997.
BERNARDES, Carmo. Jurubatuba, Goiânia: Ed. da UFG. 1997.
BHABHA, Homi k. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. São Paulo: Nacional, 1967.
CHAUL, Nasrfayad. Caminhos de Goiás: da construção da decadência aos limites da modernidade. Goiânia: Editora UFG, 1997.
CLIFFORD, James. The Predicament of culture.Cambridge, Massachussets, and London, England: Harvard University Press, 1988.
DE ALBULQUERQUE JR,Durval Muniz. A invenção do nordeste e outras artes. São Paulo: Ed Cortez; Recife: Ed. Massanga, 2001.
DUMONT, Louis. O Individualismo: Uma perspectiva Antropológica da Ideologia Moderna. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
DUSSEL, Enrique. 2004. “Sistema mundo y transmodernidad”.En: Saurabh Dube, Ishita Banerjee y Walter Mignolo (eds.). Modernidades coloniales. México: El Colegio de México.
ELIS, B. Veranico de Janeiro. 4ª ed. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
ÉLIS, Bernardo. O Tronco. Rio de Janeiro: José Olimpio, 1979.
FANON, Franz. Los condenados de la tierra. México, D.F.: Fondo de Cultura Economica, 1986.
JOHNSON, Richard. O que é afinal estudos culturais?. In: Tomaz Tadeu da Silva (org.) O que é afinal estudos culturais? Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
LIMA, Nei Clara. Os crespos do sertão. O Público e o Privado, Fortaleza, n.7, vol.1, jan./jun. 2006.
PECHINCHA, Mônica Thereza Soares. O Brasil no discurso da antropologia nacional. Goiânia: Cânone Editorial, 2006.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Lander, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: clacso, 2005.
RABELO, Francisco Evangelista. Desenvolvimento e identidade: parâmetros da reconstrução das ciências sociais e humanas. Sociedade e Cultura, Goiânia,n.1, vol.1, jan./jun., 1998.
RAMOS, Hugo de Carvalho. Tropas e boiadas. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 2003.
RODRIGUES, Cinthya Maria Costa. A região da aldeia: os pressupostos geográficos-espaciais da literatura goiana e a construção do Sudoeste de Goiás. In: O Público e o Privado, Fortaleza, n.7, vol.1, jan./jun. 2006.
RUTHERFORD, Jonathan e BHABHA, Homi. O terceiro espaço: uma entrevista com Homi Bhabha. Em Rutherford (org.), Identity-community, cultutre, difference. Londres: Lawrence & Wishart, 1990.
SEGATO, Rita Laura. “Introdución”, “Identidades Políticas/Alteridades históricas: uma crítica a las certezas del pluralismo global”. Em: La Nación e sus Otros. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.
SENA, Custódia Selma e LIMA, Nei Clara. Regiões e regionalismos. Em Moura e Sena (orgs.) Cidades: relações de poder e cultura urbana. Goiânia: Editora Vieira, 2005.
SENA, Custódia Selma. Interpretações dualistas do Brasil. Goiânia: Editora UFG, 2003.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Puede Hablar el Subalterno? Revista Colombiana de Antropologia, Colombia, Volumen 39, enero-deciembre 2003, pp. 297-364.
SUÁREZ, Mireya. Sertanejo: um personagem mítico. Sociedade e Cultura, Goiânia,n.1, vol.1, jan./jun., 1998.
TADEU DA SILVA, Tomaz. A produção social da identidade e da diferença. In: TADEU DA SILVA, Tomaz(org.) Identidade e diferença: A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2007.
VICENTINI, Albertina. O sertão e a literatura. Sociedade e Cultura, Goiânia,n.1, vol.1, jan./jun., 1998.
VICENTINI, Albertina. Regionalismo literário e sentidos do sertão. Sociedade e cultura,Goiânia, n.2, v.10, jul./dez. 2008.
Sites:
IBGE. Mapa: Divisões regionais do Brasil-2006. Disponível em: fttp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/mapas_murais/brasil_divisoes_regionais_2006.pdf Acessado em28out 2009.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
DROITS D'AUTEUR ET EXCLUSIVITÉ
Au moment de la soumission, les auteurs s'engagent à ne pas envoyer ce manuscrit à une autre revue pendant le processus d'évaluation. Inversement, la Revue n'accepte pas les articles qui sont encore en cours d'évaluation dans d'autres revues. La Revue n'acceptera pas non plus deux évaluations simultanées du même auteur.
La soumission implique automatiquement l'attribution intégrale du droit d'auteur, y compris de la traduction, si l'article est approuvé pour publication. Les auteurs peuvent reproduire leurs articles, Ã condition que la source originale (Revue Interethnica) soit citée.
BONNES PRATIQUES SCIENTIFIQUES
Tous les articles soumis seront soumis à un test de plagiat et d’auto-plagiat ou republication (publication comme matériel non publié de textes déjà publiés). Les éventuels cas de mauvaises pratiques seront examinés et décidés par le Comité de Rédaction conformément aux directives du Conseil National de Développement Scientifique et Technologique (CNPq).
L'intégrité du contenu des articles n’engage que leurs auteurs.