Revisitando a nós mesmos: os caminhos da ancestralidade e temporalidade na construção de uma literatura afrofuturista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40187004

Palavras-chave:

literatura afrofuturista; temporalidade; ancestralidade; empoderamento; Lu Ain-Zaila

Resumo

A escritora Luciene Marcelino Ernesto, mais conhecida como Lu Ain-Zaila, é, com Fábio Kabral, precursora da literatura afrofuturista no Brasil. Suas obras transitam pela ficção científica, mitologia e fantasia, mesclando-as com a vida da população preta no contexto urbano brasileiro. O afrofuturismo é um conceito, um movimento literário, cultural, estético e político que surge a partir do encontro entre tecnologia e ficção especulativa, tendo concebido a possibilidade um futuro negro. Esse movimento propõe-se a redirecionar nosso olhar para a História numa perspectiva afrocêntrica, em que mulheres e homens negros são protagonistas de suas narrativas, expressões, manifestações. Neste artigo, analisamos o conto “Ode à Laudelina” presente no livro Sankofia: breves histórias sobre afrofuturismo (Ernesto, 2018). Tal conto versa sobre universo das empregadas domésticas, mostrando a forma como esta força de trabalho foi explorada, sendo fruto de uma sociedade escravocrata e que buscou manter esta lógica ainda nos tempos atuais. Contudo, essas mulheres, com conhecimento e acesso aos seus direitos, conseguem se desvencilhar das amarras desse trabalho que buscou aliená-las. Outrossim, destacamos nesse conto o empoderamento da mulher negra, que se efetivará por meio da apresentação estética das personagens. Tais abordagens podem ser vistas sob a perspectiva do afrofuturismo, uma vez que tal movimento transita entre os tempos passado, presente e futuro, dialogando com a ideia de ancestralidade, o que é demonstrado no conto.

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Publicado

09/16/2023

Como Citar

Tszesnioski, R. R. B., & Queluz, G. L. (2023). Revisitando a nós mesmos: os caminhos da ancestralidade e temporalidade na construção de uma literatura afrofuturista. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (70), 1–13. https://doi.org/10.1590/2316-40187004