Quando a linguagem é imprescindível à sobrevivência:

Ó, de Nuno Ramos

Autores/as

  • Mayara Ribeiro Guimarães Universidade Federal do Pará (UFPA).

DOI:

https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000200016

Resumen

Desenvolvendo tema tão privilegiado pela literatura quanto o da orgânica relação entre corpo e linguagem, o romance Ó, de Nuno Ramos, tangencia os limites entre escrita do corpo e escrita da morte a partir de uma crise da linguagem desencadeada pela degenerescência do corpo. A crise provoca um estranhamento entre subjetividade e corpo, identidade e linguagem que, em consequência, instaura uma escrita da deriva. A dimensão da deriva passa a ser encenada por meio da articulação entre a tradição literária e a fratura causada na linguagem pelo contato com o residual. Nesse movimento, a obra de Nuno Ramos abandona a noção tradicional de realismo e representação em nome da teatralização dessa mesma tradição e da própria escrita. Seguindo estes caminhos de reflexão, buscarei retratar os aspectos abordados pela obra de Nuno Ramos dentro de uma perspectiva da literatura brasileira contemporânea que ressignifica questões de fundo problematizadas pela tradição literária brasileira e por precursores da estética contemporânea, como Clarice Lispector.

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Biografía del autor/a

Mayara Ribeiro Guimarães, Universidade Federal do Pará (UFPA).

Doutora em letras e professora de literatura brasileira na Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil. 

Citas

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Publicado

2013-12-19

Cómo citar

Guimarães, M. R. (2013). Quando a linguagem é imprescindível à sobrevivência:: Ó, de Nuno Ramos. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (42), 255–265. https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000200016