Memórias fraturadas:
passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018378Resumen
A memória constitui a identidade de uma coletividade e também a do indivíduo: é a partir dela que construímos a narrativa que organiza nossa subjetividade. No entanto, ela é falha, omissa, conveniente. Como é possível, então, ter a identidade alicerçada em terreno tão movediço? Ainda assim, as últimas décadas do século XX foram marcadas pelo que Andreas Huyssen chamou de “cultura da memória”: uma valorização do passado como elemento que dá coerência à nossa própria experiência, em oposição a um presente fraturado em instantes, que não nos oferece nenhum vislumbre de um futuro promissor. Este trabalho procura discutir tal questão a partir do diálogo entre os contos “O outro” e “Funes, o memorioso”, de Jorge Luis Borges, e a narrativa em quadrinhos A caixa de areia ou eu era dois em meu quintal, de Lourenço Mutarelli, incluindo aspectos como a construção da identidade e o recurso à imaginação nessa operação.
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