À terceira margem do Atlântico: um sertão de silêncio e desejo em Desmedida, de Ruy Duarte de Carvalho

Autores/as

  • Cíntia Borges A. Fonseca Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40186509

Palabras clave:

Ruy Duarte de Carvalho, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, sertão, real

Resumen

Tomando como brújula a Desmedida y como ruta la ruta luso-angolana Ruy Duarte de Carvalho, este artículo discute y problematiza la búsqueda de un origen y un sentido para el sertão en la producción simbólica brasileña. A partir de los relatos de los primeros viajeros que llegaron al país, a través de textos de investigadores, historiadores o escritores, el sertão se describe como una inmensidad vacía para ser explorada y sorteada por las palabras, escenario de múltiples figuraciones, transgresiones y subversiones del lenguaje. Desmedida funciona como un disparador de sentido y un hilo conductor del camino emprendido en este trabajo: uno que apunta al sertão como un exceso de vacío – o falta de medida, límite y frontera– ya en la estructura de los significantes seleccionados para nombrar eso. Al cruzar las obras de Euclides da Cunha y Guimarães Rosa, Ruy Duarte de Carvalho presenta dos formas diferentes de tratar con lo real del sertão y con la imposibilidad de narrarlo. La torsión de textos, tiempos y existencias emprendida por Carvalho se lee desde el punto de inflexión en los modos de subjetivación del sujeto y del lenguaje y sus efectos sobre los conceptos de ficción y representación en la llegada de la modernidad, identificados por el filósofo Jacques Rancière. Para investigar los conceptos de real y vacío se utilizaron como referentes teóricos artículos de Raúl Antelo y Jacques Lacan.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ANDRADE, Vania Maria Baeta (Org.) (2016). Novo dicionário de migalhas da psicanálise literária. Belo Horizonte: Cas’a’screver.

ANTELO, Raúl (2001). A genealogia do vazio. In: ANTELO, Raúl. Transgressão e modernidade. Ponta Grossa: EdUEPG. p. 25-39.

BENJAMIN, Walter (1994). A crise do romance. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense. p. 54-60. (Obras escolhidas: v. 1).

BENJAMIN, Walter (2020). Alarme contra incêndio. In: BENJAMIN, Walter. Rua de mão única. infância berlinense: 1900. Belo Horizonte: Autêntica Editora. p. 42.

CARVALHO, Ruy Duarte de (2010). Desmedida: Luanda, São Paulo, São Francisco e volta. Rio de Janeiro: Língua Geral.

CAMINHA, Pero Vaz de (s.d.). Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf. Acesso em: 1º dez. 2021.

CUNHA, Euclides (2001). Os sertões: campanha de Canudos. São Paulo: Ateliê Editorial.

GALVÃO, Walnice Nogueira (2001). O império do Belo Monte: vida e morte de Canudos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

LACAN, Jacques (2003). Lituraterra. In: LACAN, Jacques. Outros escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar. p. 15-25.

LACAN, Jacques (2005). A angústia. Rio de Janeiro: Zahar.

LACAN, Jacques (2016). A terceira. In: LACAN, Jacques. Documentos para uma Escola VI – A terceira: uma escola para a psicanálise. Tradução de Analúcia Teixeira Ribeiro. Rio de Janeiro: 7Letras.

LIMA, Luiz Costa (2019). O mundo em perspectiva: Guimarães Rosa. In: ROSA, Guimarães João. Primeiras histórias. São Paulo: Global Editora. p. 161-176.

RANCIÈRE, Jacques (2009). O inconsciente estético. São Paulo: Editora 34.

RANCIÈRE, Jacques (2017). O fio perdido. São Paulo: Martins Fontes.

RANCIÈRE, Jacques (2021). As margens da ficção. São Paulo: Editora 34.

ROSA, Guimarães João (1965). Diálogo com Guimarães Rosa. [Entrevista a] Günter W. LORENZ. Templo Cultural Delfos. Disponível em: http://www.elfikurten.com.br/2011/01/dialogo-com-guimaraes-rosa-entrevista.html. Acesso em: 8 jun. 2022.

ROSA, Guimarães João (2019). Grande sertão: veredas. São Paulo: Companhia das Letras.

Publicado

2022-07-27

Cómo citar

Borges A. Fonseca, C. . (2022). À terceira margem do Atlântico: um sertão de silêncio e desejo em Desmedida, de Ruy Duarte de Carvalho. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (65), 1–11. https://doi.org/10.1590/2316-40186509