Autobiografías trans: un levantamiento en formación
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018644Palabras clave:
autobiografía, autoría trans, campo literario contemporáneo, CuíerlombismoResumen
En este artículo, discuto la producción autobiográfica de autoría trans en el Brasil contemporáneo como estrategia de resistencia y organización. Se trata de una producción, según los criterios metodológicos establecidos, originada en 1982 y ampliada a partir de 2011, por lo que compone un universo de quince obras hasta el año 2019. Para discutir las autorrepresentaciones como instrumento radical de lucha y luto, las contextualizo en el campo literario contemporáneo que históricamente se confirma como transfóbico ya sea por representaciones estigmatizadas y estereotipadas de dicha identidad y/o ausencia, ya sea por la exclusión de personas trans de la instancia de la autoría. En busca de identificar las estrategias de resistencia y organización, propongo acceder a las obras seleccionadas mediante la analítica del cuíerlombismo aunque en distensiones. Con base en dicho abordaje cartográfico, subrayo el narrarse como un archivarse, lo cual permite tanto la formación, en el espacio literario, de una comunidad de afecto, como de constituirse como política y deber de memoria.
Descargas
Citas
ÁDREON, Loris (1985). Meu corpo, minha prisão: autobiografia de um transexual. Rio de Janeiro: Marco Zero.
ANGONESE, Mônica; LAGO, Mara Coelho de Souza (2017). Direitos e saúde reprodutiva para a população de travestis e transexuais: abjeção e esterilidade simbólica. Saúde e sociedade, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 256-270, mar. Disponível em: https://bit.ly/3ngvFhq. Acesso em: 4 jun. 2020.
ANTRA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (2009). Assembleia da ANTRA, Teresina – PI, maio. Disponível em: https://antrabrasil.org/assassinatos. Acesso em: 3 mar. 2020.
ANTRA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (2019). Mapa dos assassinatos de travestis e transexuais no Brasil em 2018. Disponível em: https://bit.ly/3powuHG. Acesso em: 9 ago. 2019.
ANTRA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (2020). Mapa dos assassinatos de travestis e transexuais no Brasil em 2019. Disponível em: https://bit.ly/3ndKscv. Acesso em: 20 mar. 2020.
ARARUNA, Maria Léo (org.) (2017). Nós, trans: escrevivências de resistência. São Paulo: LiteraTrans.
BRANT, T. et al. (2017). Vidas trans: a coragem de existir. São Paulo: Astral Cultural.
BUTLER, Judith (2018). Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
CARVALHO, Maria Luiza Moura de (2018). A retificação do registro civil de pessoas transgênero na América do Sul em perspectiva comparada. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, v. esp., n. 39, p. 67-91, dez.
CHAVES, Leocádia Aparecida (2021). A escrita autobiográfica trans como estratégia de resistência e organização: vaga-lumes na escuridão de nosso tempo. Tese (Doutorado em Literatura) – Universidade de Brasília, Brasília.
COLLINS, Patricia Hill (2019). Pensamento feminista negro. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo.
DALCASTAGNÈ, Regina (2005). A personagem do romance brasileiro contemporâneo (1990-2004). Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 26, p. 13-71.
DALCASTAGNÈ, Regina (2012). Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Rio de Janeiro: Editora da UERJ; Horizonte.
DALCASTAGNÈ, Regina (2021). Ausências e estereótipos no romance brasileiro das últimas décadas: alterações e continuidades. Letras de hoje, Porto Alegre, v. 56, n. 1, p. 109-143, jan.-abr. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/fale/article/view/40429/26848. Acesso em: 20 ago. 2021.
D’ALESSANDRO, Porcina (2017). Trinta anos de reclusão e as memórias de Porcina D’Alessandro. São Paulo: LiteraTrans.
DAS, Veena (2007). Life and words: violence and the descent into the ordinary. Berkeley: University of California Press.
FALCÃO, Valdirene Ribeiro de Souza (2013). Os direitos fundamentais e o princípio da dignidade da pessoa humana. Revista da SJRJ – Direito Processual Civil, v. 20, n. 38, p. 227-239.
FRANÇA, Rubens Limongi (1983). Direitos da personalidade. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 567, p. 9-16, jan.
GAUDENZI, Paula (2018). Intersexualidade: entre saberes e intervenções. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n. 1. Disponível em: https://bit.ly/3B6furM. Acesso em: 18 set. 2020.
GOFFMAN, Erving (1988). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar.
GUIMARÃES, Amanda (2016). Meu nome é Amanda: #trans#mandycandy#youtube. Rio de Janeiro: Rocco.
HERZER, Anderson (2007). A queda para o alto. 25. ed. São Paulo: Vozes.
HOGEMANN, Edna Raquel; SOUZA, Thiago Serrano Pinheiro de (2013). O direito fundamental ao afeto. RIDH, Bauru, v. 1, n. 1, p. 67-88, dez.
HOOKS, Bell (2019a). Olhares negros, raça e representação. Tradução de Sthephanie Borges. São Paulo: Elefante.
HOOKS, Bell (2019b). O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução de Bhuvi Libânio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.
JESUS, Jaqueline Gomes de (2010). Pessoas transexuais como reconstrutoras de suas identidades: reflexões sobre o desafio do direito ao gênero. In: SIMPÓSIO GÊNERO E PSICOLOGIA SOCIAL DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES, 2010, Brasília. Anais [...]. Brasília: Universidade de Brasília. Disponível em: https://bit.ly/3aVkpkG. Acesso em: 14 mar. 2019.
JESUS, Jaqueline Gomes de (2013). Transfobia e crimes de ódio: assassinatos de pessoas transgênero como genocídio. In: MARANHÃO FILHO, Eduardo Meinberg de Albuquerque (org.). (In)Visibilidade Trans 2. História Agora, v. 16, n. 2, p. 101-123.
JESUS, Jaqueline Gomes de (2014). Gênero sem essencialismo: feminismo transgênero como crítica do sexo. Universitas Humanística, Bogotá, n. 78, p. 241-258, jul./dez.
LAURETIS, Teresa de (1991). Queer theory: lesbian and gay sexualities. Special issue of diferences: A Journal of Feminist Cultural Studies, v. 3, n. 2, Summer.
LEITE JÚNIOR, Jorge (2012). Transitar para onde?: monstruosidade, (des)patologização, (in)segurança social e identidades transgêneras. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 559-568. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2012000200016. Acesso em: 18 mar. 2019.
LEJEUNE, Philippe (2014). O pacto autobiográfico: de Rousseau a internet. 2. ed. Tradução de Jovita Noronha e Maria Inês Guedes. Belo Horizonte: Editora UFMG.
LESSA, Jô (2014). Eu trans: a alça da bolsa – Relatos de um transexual. Rio de Janeiro: Metanóia.
LONG, Norman; PLOEG, Jan Douwe van der (2011). Heterogeneidade, ator e estrutura: para a reconstituição do conceito de estrutura. In: SCHNEIDER, Sérgio (org.). Os atores do desenvolvimento rural, perspectivas teóricas e práticas sociais. Porto Alegre: UFRGS. p. 21-48.
LORDE, Audre (2020). Irmã outsider. Belo Horizonte: Autêntica.
MARCUSCHI, Luiz Antônio (2005). Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Ana Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna. p. 19-36.
MOIRA, Amara (2016). E se eu fosse puta. São Paulo: Hoo editora.
MOIRA, Amara (2018). Monstruoso corpo de delito: personagens transexuais na literatura brasileira. Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado, s/l, 10 dez. Disponível em: https://bit.ly/3G8cOxC. Acesso em: 10 jan. 2019.
MOIRA, Amara (2019). Entrevista com Amara Moira. [Entrevista concedida a] Nana Deluca e Caio Jade Puosso. Revista Crioula, São Paulo, n. 24, p. 246-249, 2º sem. Disponível em: https://bit.ly/3niWzoZ. Acesso em: 20 mar. 2020.
NASCIMENTO, Abdias do (1980/2002). O quilombismo. 2. ed. Brasília: Fundação Palmares; Rio de Janeiro: OR Editor Produtor. Disponível em: https://bit.ly/3vw2udZ. Acesso em: 14 mar. 2019.
NASCIMENTO, Beatriz (2006). O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In: RATTS, Alex de. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial; Instituto Kwanza. p. 117-125. Disponível em: https://bit.ly/3DWpyoY. Acesso em: 5 out. 2018.
NASCIMENTO, Tatiana (2018a). O cuíerlombo da palavra (y da palavra queerlombo…) > poesia preta lgbtqi de denúncia da dor até direito ao devaneio. In: ARAÚJO, Adriana de Fátima Barbosa; SOUTO, Suzana (org.) I Encontro Ler: literatura, estética e revolução. Brasília: Universidade de Brasília. p. 8-23.
NASCIMENTO, Tatiana (2018b). Da palavra queerlombo ao cuíerlombo da palavra. Palavra, preta! poesia di dendê, 12 mar. Disponível em: https://palavrapreta.wordpress.com/2018/03/12/cuierlombismo/. Acesso em: 23 out. 2019.
NASCIMENTO, Tatiana (2019). Leve sua culpa branca pra terapia. Brasília: Padê Editorial.
NERY, João W. (1984). Erro de pessoa: Joana ou João?: o depoimento de um transexual brasileiro que, nascido mulher, finalmente se realizou como homem. Rio de Janeiro: Record.
NERY, João W. (2011). Viagem solitária: memórias de um transexual trinta anos depois. São Paulo: Leya.
NERY, João W. (2019). Velhice transviada: memórias e reflexões. Rio de Janeiro: Objetiva.
PRECIADO, Paul Beatriz (2020). Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. Rio de Janeiro: Zahar.
QUEIROZ, Téhh (2018). A vida de um transgênero. Paraná: Viseu.
QUINALHA, Renan (2021). Contra a moral e os bons costumes: a ditadura e a repressão à comunidade LGBT. São Paulo: Companhia das Letras.
RUDDY (1998). Liberdade ainda que profana. Rio de Janeiro: Razão Cultural.
RUDDY PINHO (2007). Nem tão bela, nem tão louca. Rio de Janeiro: Razão Cultural.
SARLET, Ingo Wolfgang (2002). Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
SCHWANTES, Cíntia; CHAVES, Leocádia Aparecida (2019). Sob um sistema literário desigual e violento, frestas: a presença de personagens e escritores trans na literatura contemporânea brasileira do século XXI. In: BELISÁRIO, Kátia Maria; MOURA, Dione O.; GUAZINA, Liziane. (org.). Gênero em pauta: desconstruindo violências, construindo novos caminhos. Curitiba: Appris. v. 1.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença (2014). In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Rio de Janeiro: Vozes. p. 73-102.
SILVA JÚNIOR, Aureliano Lopes da (2018). Feminização, estigma e o gênero facializado: a construção moral do gênero feminino por meio de cirurgias de feminização facial para travestis e mulheres transexuais. Saúde soc., São Paulo, v. 27, n. 2, p. 464-480, jun. Disponível em: https://bit.ly/3plrzXN. Acesso em: 24 jun. 2020.
SIQUEIRA, Indianarae (2017). Visibilidade trans: lutar, resistir e reexistir! Psol, 30 jan. Disponível em: https://psol50.org.br/indianara-siqueira-visibilidade-trans-lutar-resistir-e-reexistir/. Acesso em: 7 maio 2021.
SOARES, Luiz Henrique Moreira; LOPES, Rosiney Aparecida (2017). Ela é amapô de carne, osso e palavras: personagens travestis no romance contemporâneo brasileiro. Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v. 3, n. 1, p. 79-96, jan./jun. Disponível em: https://bit.ly/2Zbvcoo. Acesso em: 30 ago. 2017.
SPIVAK, Gayatri (2010). Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa e André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG.
TREVISAN, João Silvério (2018). Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Objetiva.
VERGUEIRO, Viviane Simawaka (2015). Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Universidade Federal da Bahia, Salvador.
WONDER, Claudia (2008). Olhares de Claudia Wonder: Crônicas e outras histórias. São Paulo: GLS.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Leocádia Aparecida Chaves
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-SinDerivadas 4.0.
Los autores que publican en esta revista concuerdan con los siguientes términos:
a) Los (los) autores (s) conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, siendo el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons de Atribución-No Comercial 4.0, lo que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y publicación inicial en esta revista.
b) Los autores (a) tienen autorización para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y reconocimiento publicación inicial en esta revista.
c) Los autores tienen permiso y se les anima a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) después del proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (ver el efecto del acceso libre).
d) Los (as) autores (as) de los trabajos aprobados autorizan la revista a, después de la publicación, ceder su contenido para reproducción en indexadores de contenido, bibliotecas virtuales y similares.
e) Los (as) autores (as) asumen que los textos sometidos a la publicación son de su creación original, responsabilizándose enteramente por su contenido en caso de eventual impugnación por parte de terceros.