Filosofia cínica contemporânea e dispositivos éticos de resistência em Mula de Deus, de Hilda Hilst
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018516Abstract
“Quem há de ouvir umas canções de mula?” é uma das perguntas feitas pelo eu lírico do poema Mula de Deus, que finaliza a narrativa Estar sendo: ter sido (2006), de Hilda Hilst. Último livro da produção literária da escritora, esta obra trata de modo filosófico de temas como: a instalação da velhice, a finitude humana e as tensões cínicas entre a pragmática animista da vida humana, entre outros, frente à s supostas consolações e redenções produzidas pela metafísica tradicional. Este estudo focará predominantemente essas tensões, no poema referido, entre o animismo ecocrítico, animado pela corrente da Filosofia Cínica através do conceito de parresía, e certo viés religioso conservador. Contexto temático que também é refletido na modalidade de gênero textual híbrido, poesia e prosa, na qual a escritora expressa um dos possíveis balanços de sua estética.
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