Relíquias da casa velha:

literatura e ditadura militar, 50 anos depois

Autores

  • Tânia Pellegrini Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.1590/S2316-40182014000100009

Resumo

Este ensaio, amparado em consulta a jornais e revistas de várias décadas, além de revisitar parte da produção crítica sobre o tema e de retomar minhas próprias pesquisas anteriores, procura relacionar as ações específicas do regime militar para o campo da cultura com a efetiva consolidação da indústria cultural brasileira. O pressuposto é que essa consolidação engendrou, de forma tensionada, modificações significativas nas matrizes preexistentes na nossa ficção, sobretudo temáticas, que foram traduzindo o mal-estar e a perplexidade geradas naqueles anos difíceis, bem como suas derivações até os dias de hoje.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CACASO (1981). A democracia passa pela discussão do pluralismo cultural. Folha de S. Paulo, São Paulo, Folhetim Brasil, p. 6-9, 5 abr.

CALABRE, Lia (Org.) (2005). Políticas culturais: diálogo indispensável. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa.

CARPEAUX, Otto M. (1973). Arte e sobrevivência. Opinião, Rio de Janeiro, n. 9, p. 6, 1 a 8 jan.

COHN, Gabriel (1984). A concepção oficial da política cultural nos anos 70. In: MICELLI, Sergio (org.). Estado e cultura no Brasil. São Paulo: Difel.

DEBORD, Guy (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto.

DURÃO, Fábio Akcelrud (2013). Crítica da multiplicidade. Cult, São Paulo, n. 182, ago. Disponível em: <http://revistacult.uol.com.br/home/2013/09/critica-da-multiplicidade>. Acesso em: 10 mar. 2013.

ESCREVER vale a pena (1990). Leia Livros, n. 138, p. 2, abr.

FERNANDES, Millôr (1983). Os intelectuais e a política. Folha de S. Paulo, São Paulo, Folhetim, p. 7-8, 23 out.

FERNANDES, Natália A. Morato (2013). A política cultural à época da ditadura militar. Contemporânea: revista de sociologia da UFSCar, São Carlos, v. 3, n. 1, p. 173-192.

GALVÃO, Walnice Nogueira (1999). Musa sob assédio. In: Desconversa. São Paulo: Companhia das Letras.

HOLANDA, Heloísa B.; GONÇALVES, Marcos A. (1980). Política e literatura: a ficção da realidade brasileira - anos 70. Rio de Janeiro: Europa.

JABOR, Arnaldo (1973). Dez anos de cinema nacional. Opinião, Rio de Janeiro, n. 32, p. 6-8, 11 a 18 jun.

JAMESON, Fredric (1985). Pós-modernidade e sociedade de consumo. Novos estudos CEBRAP, n. 12, p. 16-26.

LUSVARGHI, Luiza (1990). Feminino plural. Leia, n. 135, p. 28-29, jan.

MICELLI, Sérgio (1984a). Teoria e prática da política cultural oficial no Brasil. Revista de administração de empresas, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 27-31.

______ (1984b). O processo de construção institucional na área cultural federal (anos 70). In: MICELLI, Sergio (org.). Estado e cultura no Brasil. São Paulo: Difel.

ORTIZ, Renato (1988). A moderna tradição brasileira: Cultura brasileira e indústria cultural. São Paulo: Brasiliense.

PELLEGRINI, Tânia (1996). Gavetas vazias: Ficção e política nos anos 70. Campinas: Mercado de Letras; São Carlos: Ed. UFSCar.

______ (1999). A imagem e a letra: aspectos da ficção brasileira contemporânea. São Paulo: Mercado de Letras; Fapesp.

______ (2007). Realismo: postura e método. Letras de hoje, Porto Alegre, n. 42, p. 135-155.

______ (2008). Despropósitos: estudos de ficção brasileira contemporânea. São Paulo: Annablume; Fapesp.

PERRONE-MOISÉS, Leyla (2012). A literatura exigente. Folha de S. Paulo, São Paulo, Ilustríssima, p. 4-5, 25 mar.

RAMOS, Fernão P. (1986). Uma forma histórica de cinema alternativa e seus dilemas na atualidade. In: Vinte anos de resistência: Alternativas da cultura no regime militar. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo.

REIMÃO, Sandra (2011). Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar. São Paulo: EDUSP, Fapesp.

RIDENTI, Marcelo (2010). Brasilidade revolucionária. São Paulo: Editora UNESP.

ROSENBAUM, Yudith (1990). Filhos do terceiro sexo. Leia, n. 136, p. 28-29, fev.

SCHWARZ, Roberto (1978). Cultura e política, 1964-69. In: O pai de família e outros ensaios. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

________ (1981). A democracia passa pela discussão do pluralismo cultural. Folha de S. Paulo, São Paulo, Folhetim, p. 6-9, 5 abr.

SÜSSEKIND, Flora (1985). Literatura e vida literária: polêmicas, diários & retratos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

________ (2000). Escalas e ventríloquos. Folha de S. Paulo, São Paulo, Caderno Mais!, p. 8, 23 jul.

TELLES, Lygia Fagundes (1981). O editor, na versão do autor. Folha de S. Paulo, São Paulo, Folhetim, p. 8, 22 fev.

VIANA, Zelito (1973). Dez anos de cinema nacional. Opinião, Rio de Janeiro, n. 32, p. 6-8, 11 a 18 jun.

WILLIAMS, Raymond (1979). Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: J. Zahar.

______ (2001). The long revolution. Canada: Broadview Press.

Downloads

Publicado

05/14/2014

Como Citar

Pellegrini, T. (2014). Relíquias da casa velha:: literatura e ditadura militar, 50 anos depois. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (43), 151–178. https://doi.org/10.1590/S2316-40182014000100009