A refração do realismo em Luiz Ruffato: um inferno permanente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018599

Palavras-chave:

Luiz Ruffato, realismo, modernização, sociedade brasileira

Resumo

De acordo com Bourdieu (1996), as representações são convenções de entendimento e modelagem das estruturas e relações sociais, além de práticas que atribuem sentidos ao real, com efeitos em sua construção. Considerando ainda o conceito de “realismo refratado” (Pellegrini, 2018), este artigo procura verificar como Inferno provisório, de Luiz Ruffato, representa, por meio do tratamento específico das categorias literárias, aspectos da sociedade brasileira, como a desigualdade e a exploração, combinadas com a modernização conservadora das últimas décadas, criando uma forma particular de captar a relação entre os indivíduos e a sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, Theodor W. (2003). Posição do narrador no romance contemporâneo. In: ADORNO, Theodor W. Notas de Literatura I. São Paulo: Duas cidades; Editora 34. p. 55-63.
ANDERSON, Benedict (2008). Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras.
AUERBACH, Eric (1976). Mimesis. São Paulo: Perspectiva.
AZEVEDO, Aluísio (1999). O cortiço. São Paulo: Moderna.
BOURDIEU, Pierre (1966). A força da representação. In: BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Edusp. p. 107-116.
CANDIDO, Antonio (1995). De cortiço a cortiço. In: CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades. p. 123-152.
CANDIDO, Antonio (2010). Os parceiros do Rio Bonito. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul.
DEALTRY, Giovanna (2009). Cidades em ruínas: a história a contrapelo em Inferno Provisório, de Luiz Ruffato. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 34, p. 209-221, jul./dez.
HARRISON, Marguerite Itamar (2007). Uma cidade em camadas: ensaios sobre o romance Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato. Vinhedo: Horizonte.
OLIVEIRA, Marcus Vinicius Ferreira (2017). A ruína e a máscara: as contradições de uma modernização conservadora. Tese (Doutorado em Letras) ”“ Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora. Disponível em: https://bit.ly/35rRjnM. Acesso em: 23 jun. 2019.
PELLEGRINI, Tânia (2018). Realismo e realidade: um modo de ver o Brasil. São Paulo: Alameda.
RANCIÈRE, Jacques (2014). A política da ficção. Lisboa: Ed. J. F. Figueira e V. Silva.
RUFFATO, Luiz (2006). Literatura com projeto. Entrevista concedida a Heloisa Buarque de Hollanda e Ana Ligia Matos. Z Cultural, Rio de Janeiro, ano 3, n 1, 10 mar. Disponível em: https://bit.ly/2rYWDS6. Acesso em: 14 jan. 2019.
RUFFATO, Luiz (2016). Inferno provisório. São Paulo: Companhia das Letras.
RUFFATO, Luiz (2019). Novo romance de Luiz Ruffato retrata falta de diálogo entre as classes sociais no Brasil. Entrevista concedida a Ruan de Souza Gabriel. O Globo, Rio de Janeiro, 8 maio. Disponível em: https://glo.bo/36pqmCL. Acesso em: 22 maio 2019.
SCHØLLHAMMER, Karl Erik (2016). Um mundo de papel: reflexões sobre o realismo de Ruffato. Alea, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 232-242.
SOARES, Raoni Damiano (2017). Recordação e esquecimento em Inferno Provisório: Mamma, son tanto Felice, de Luiz Ruffato. Dissertação (Mestrado em Letras) ”“ Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana. Disponível em: https://bit.ly/2tsPx8I. Acesso em: 23 jun. 2019.
VETORASSI, Andrea (2018). Laços de trabalho, fios da memória e redes migratórias. Curitiba: Appris.
WILLIAMS, Raymond (2001). The long revolution. New York: Broadview Press.

Downloads

Publicado

01/25/2020

Como Citar

Pellegrini, T. . (2020). A refração do realismo em Luiz Ruffato: um inferno permanente. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (59), 1–14. https://doi.org/10.1590/2316-4018599