Após a nacionalidade:

história do romance e produção romanesca no Brasil e na América Latina

Autores

  • Pedro Dolabela Chagas Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018383

Resumo

O artigo aborda a representação da identidade local como termo orientador da produção romanesca e da crítica e da historiografia literária no Brasil e na América Latina. Comentam-se as teses de Roberto Echevarría sobre o romance latino-americano, que permitem situar num quadro geográfico mais amplo as proposições de Flora Süssekind sobre o romance brasileiro. As proposições de Echevarría e Süssekind orientam uma leitura da desconstrução, empreendida nas décadas de 1980 e 1990, do "paradigma da nacionalidade". Sugere-se a exaustão daquele gesto crítico, dada a mudança recente na relação da literatura brasileira e latino-americana com a representação da identidade local. Defende-se que esta mudança demanda uma nova abordagem historiográfica: como estratégia para revelar padrões históricos ainda invisíveis, defende-se o revigoramento da crítica voltada para a análise da singularidade das obras. Por fim, a leitura de alguns autores contemporâneos sintetiza as proposições sugeridas.

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Biografia do Autor

Pedro Dolabela Chagas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor adjunto de Teoria Literária da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Vitória da Conquista.

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Publicado

04/05/2012

Como Citar

Chagas, P. D. (2012). Após a nacionalidade:: história do romance e produção romanesca no Brasil e na América Latina. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (38), 41–59. https://doi.org/10.1590/2316-4018383

Edição

Seção

Seção Temática