Após a nacionalidade:
história do romance e produção romanesca no Brasil e na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018383Resumo
O artigo aborda a representação da identidade local como termo orientador da produção romanesca e da crítica e da historiografia literária no Brasil e na América Latina. Comentam-se as teses de Roberto Echevarría sobre o romance latino-americano, que permitem situar num quadro geográfico mais amplo as proposições de Flora Süssekind sobre o romance brasileiro. As proposições de Echevarría e Süssekind orientam uma leitura da desconstrução, empreendida nas décadas de 1980 e 1990, do "paradigma da nacionalidade". Sugere-se a exaustão daquele gesto crítico, dada a mudança recente na relação da literatura brasileira e latino-americana com a representação da identidade local. Defende-se que esta mudança demanda uma nova abordagem historiográfica: como estratégia para revelar padrões históricos ainda invisíveis, defende-se o revigoramento da crítica voltada para a análise da singularidade das obras. Por fim, a leitura de alguns autores contemporâneos sintetiza as proposições sugeridas.
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