O narrador e a paisagem:

Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e o fim do projeto de uma literatura nacional

Autores

  • Pedro Dolabela Chagas Universidade Federal do Paraná
  • Dárley Suany Leite dos Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40184618

Resumo

Discute-se, a partir da observação de mudanças na construção do narrador e na representação da paisagem natural e social, o fim do projeto de literatura nacional no romance brasileiro. Para caracterizar as condições anteriores, parte-se da proposição de Echevarría segundo a qual o romance latino-americano já século XIX adotara a paisagem como símbolo identitário, sob a mediação interpretativa de discursos não ficcionais investidos de autoridade. Em seguida, apresenta-se a caracterização de Süssekind das figurações do narrador que consolidaram a paisagem em tal função no Brasil até o século XX. Em contraste, em Hatoum e Carvalho a multiplicação de vozes, a fragmentação das verdades e a auto-observação do narrador bloqueiam a mobilização da paisagem para a função identitária, num desvio dos pressupostos fundadores da literatura nacional que a inviabilizaria como projeto, o que implica uma transição histórica importante do romance brasileiro. 

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Publicado

06/25/2015

Como Citar

Chagas, P. D., & Santos, D. S. L. dos. (2015). O narrador e a paisagem:: Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e o fim do projeto de uma literatura nacional. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (46), 343–361. https://doi.org/10.1590/2316-40184618