Memórias fraturadas:

passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli

Autores

  • Pedro Galas Araújo

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018378

Resumo

A memória constitui a identidade de uma coletividade e também a do indivíduo: é a partir dela que construímos a narrativa que organiza nossa subjetividade. No entanto, ela é falha, omissa, conveniente. Como é possível, então, ter a identidade alicerçada em terreno tão movediço? Ainda assim, as últimas décadas do século XX foram marcadas pelo que Andreas Huyssen chamou de “cultura da memória”: uma valorização do passado como elemento que dá coerência à nossa própria experiência, em oposição a um presente fraturado em instantes, que não nos oferece nenhum vislumbre de um futuro promissor. Este trabalho procura discutir tal questão a partir do diálogo entre os contos “O outro” e “Funes, o memorioso”, de Jorge Luis Borges, e a narrativa em quadrinhos A caixa de areia ou eu era dois em meu quintal, de Lourenço Mutarelli, incluindo aspectos como a construção da identidade e o recurso à imaginação nessa operação. 

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Publicado

07/27/2011

Como Citar

Araújo, P. G. (2011). Memórias fraturadas:: passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (37), 123–140. https://doi.org/10.1590/2316-4018378

Edição

Seção

Seção Temática