Da literatura para a infância à literatura de fronteira:
Agustín Fernández Paz e Lygia Bojunga
Resumo
O artigo propõe uma análise comparativa, de natureza panorâmica, da obra infantil e juvenil de dois autores bastante signifi cativos dos sistemas literários galego e brasileiro ”“ Agustín Fernández Paz e Lygia Bojunga, respectivamente. Com base no método geracional de Karl Mannheim, que permite maior fl exibilidade epistemológica ao se basear mais nos processos sócio-político-culturais, isto é, nos agentes que intervêm na comunicação de um sistema literário, do que em cronologias e ideologias, são abordados, segundo um contínuo jogo de distanciamentos e, sobretudo, aproximações, tanto aspectos biográfi cos dos dois escritores quanto uma ampla gama de tópicos temático-formais que dão corpo ao projeto literário de ambos, com ênfase particular no comentário da obra de Fernández Paz, bem menos conhecida no Brasil do que a de Bojunga. Dentre os diversos tópicos abordados, que apontam para a aproximação da obra dos dois autores, podem ser citados com destaque o manejo esmerado de formas narrativas e registros; a exploração da tendência fantástico-realista; a intertextualidade; o uso frequente de peritextos; o protagonismo feminino; o gosto pelos temas-tabu; a crítica social.
Downloads
Referências
AGRA, María Jesús e RECHOU, Blanca-Ana Roig (Orgs.) (2004). A memoria das guerras na Literatura Infantil e Xuvenil. Vigo: Edicións Xerais de Galicia/Galix.
AGRELO COSTAS, Eulalia “La labor de la Asociación Cultural O FACHO dentro del programa de la Literatura infantil y juvenil gallega”. In: NÚÑEZ, Eloy Martos, VÁZQUÉZ, José M. Corrales, GONZÁLEZ, Arturo e VALCÁRCEL, Sara Moreno (Orgs.). Actas del II Congreso de Literatura Infantil y Juvenil: Historia Crítica de la Literatura e Ilustración Ibéricas, Extremadura: Junta de Extremadura. Col. Documentos/Actas. pp. 353-355.
BOURDIEU, Pierre (1991). “Le champ littéraire”. In: Actes de la Recherche en Sciences Sociales. v. 89, n. 1, p. 3-46.
CAVALHEIRO, Edgard (1955). Monteiro Lobato: vida e obra. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
CECCANTINI, João Luís e LAJOLO, Marisa (Orgs.) (2008). Monteiro Lobato, livro a livro: literatura infantil. São Paulo: Imprensa Oficial; Editora UNESP.
_______ e PEREIRA, Rony Farto (Org.) (2008). Narrativas juvenis. Outros modos de ler. São Paulo: Núcleo Editorial Proleitura/Editora Unesp.
_______ (2009). “Leitores iniciantes e comportamento perene de leitura”. In: SANTOS, Fabiano de, MARQUES NETO, Jose Castilho Marques e RÖSING, Tania M. K. Mediação de leitura. Discussões e alternativas para a formação de leitores. São Paulo: Global. p.207-31.
EVEN-ZOHAR, Itamar (1990). “The Literary System”. Poetics Today. v. 11, n. 1, p. 27-44.
_______ (1999). “Factores y dependencias en la cultura. Una revisión de la teoría de los polisistemas”, “Planificación de la cultura y mercado”. In: MONSERRAT, Iglesias. Teoría de los polisistemas. Madrid: Arco. p. 23-45 e p. 71-96.
FIGUEROA, Antón (2001). Nación, literatura, identidade. Comunicación literaria e campos sociais en Galicia. Vigo: Edicións Xerais de Galicia.
GOMES, José António e RECHOU, Blanca-Ana Roig (Orgs.) (2007). Grandes autores para pequenos leitores. Literatura para a infância e a juventude: Elementos para a construção de um cânone. Porto: Deriva Editores.
LAJOLO, Marisa (2000). Monteiro Lobato ”“ um brasileiro sob medida. São Paulo: Moderna
LÓPEZ, Isabel Soto (2008). “Literatura contra a desmemoria: unha lectura de Noite de voraces sombras, de Agustín Fernández Paz”. In: RECHOU, Blanca Ana Roig, DOMÃNGUEZ, Pedro Lucas e LÓPEZ, Isabel Soto (Orgs.). A guerra civil española na narrativa infantil e xuvenil. Ilust. José María Mesías Lema. Vigo: Edicións Xerais de Galicia/Fundación Caixa Galicia. p. 251-69.
________ (2009). “Agustín Fernández Paz: procesos de reescritura”. Malasartes (Cadernos de Literatura para a infância e a juventude). Porto: Porto Editora. n. 18. p. 26-8.
MERLO, Juan Carlos (1980). La literatura infantil y su problemática. 2. ed. Buenos Aires: Ateneo [1976].
ORTEGA Y GASSET, José (1920). El tema de nuestro tiempo. Buenos Aires: Espasa. [1950].
_______ (1933). En torno a Galileo. Madrid: Revista de Occidente. [1959].
PAZ, Agustín Fernández. “Breve autobiografi a”. Pazhuhesh Nameh: The research quarterly of children & youth´s literature. Irã.
PETERSEN, Julius (1945). “Las generaciones literarias”. In: Filosofi a de la ciencia literaria. México: Fondo de Cultura Económica. p. 75-93.
RECHOU, Blanca-Ana Roig (2001). “Achega para unha periodización da literatura infantil e xuvenil galega na actualidade”. In: VVAA, Congreso literatura galega e do norte de Portugal. Actas do congreso realizado pola Dirección Xeral de Promoción Cultural en Santiago de Compostela, dos días 25 ao 28 de decembro de 2000, Santiago de Compostela: Xunta de Galicia/Dirección Xeral de Cultura, Comunicación social e Turismo. p. 109-126.
_______ (2002). “La literatura infantil y juvenil en Galicia”. Cap. 8. In: PRIETO, Darío Villanueva e VARELA, Anxo Tarrío (orgs.). La Literatura desde 1936 hasta principios del siglo XXI: narrativa y traducción. A Coruña: Hércules. p. 382-501.
_______ e GONZÁLES, Isabel Mociño (2006). “O centro do labirinto, de Agustín Fernández Paz”. In: RECHOU, Blanca-Ana Roig, DOMÃNGUEZ, Pedro Lucas e LÓPEZ, Isabel Soto (orgs.). Multiculticulturalismo e identidades
permeábeis na literatura infantil e xuvenil. Vigo: Edicións Xerais de Galicia. p. 131-46.
_______ (2008a). La Literatura Infantil y Juvenil Gallega en el siglo XXI. Seis llaves para entenderla mejor. Ilust. Xosé Cobas Gómez. Madrid/Santiago de Compostela: Asociación Española de Amigos del Libro Infantil y Juvenil/Xunta
de Galicia (Dirección Xeral de Creación e Difusión Cultural. Consellería de Cultura e Deporte). Disponível em: web www.usc.es/lijmi
_______ e LÓPEZ, Isabel Soto (2008b). “En Santiago de Compostela con Agustín Fernández Paz”. Boletín Galego de Literatura. n. 38. p.161-78.
_______ (2008c). “Agustín Fernández Paz: Un clásico contemporáneo da Literatura Infantil e Xuvenil”. Malasartes (Cadernos de Literatura para a infância e a juventude). Porto: Porto Editora. n.16. p. 8-12.
_______ (2008d). “A Guerra Civil na narrativa infantil e xuvenil galega: unha temática incompleta”. In: RECHOU, Blanca Ana Roig, DOMÃNGUEZ, Pedro Lucas e LÓPEZ, Isabel Soto (Orgs.). A guerra civil española na narrativa infantil e xuvenil. Ilust. José María Mesías Lema. Vigo: Edicións Xerais de Galicia/Fundación Caixa Galicia.
VARELA, Anxo Tarrío (2008). “Literatura, nación y geografía. Espacios culturales en la Galicia contemporánea (1840-1936)”. In: TOBAR, Leonardo Romero (Org.). Literatura y nación. La emergencia de las literaturas nacionales, Zaragoza: Prensas Universitarias de Zaragoza. p. 173-245.
SACHHETTA, Vladimir et alii (1997). Monteiro Lobato: furacão na Botocúndia. São Paulo: Ed. SENAC.
THIESSE, Anne Marie (1999). La Création des identités nationales. Europe XVIIIXX siècle. Paris: Editions du Seuil. pp. 133-158 [2001].
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.