Um réquiem para o Rio, outro para o Brasil:

sobre Vista do Rio, de Rodrigo Lacerda

Autores

  • Helena Pereira

Resumo

Em uma evocação do Rio de Janeiro, Rodrigo Lacerda expõe a metrópole em um quadro de realismo rude, quase feroz, porém matizado, muitas vezes, por um tom solidário, que se aproxima da compaixão. Marco Aurélio e Virgílio dividem a cena em diferentes momentos: no início dos anos 1980, quando são adolescentes típicos de Ipanema, e quase duas décadas mais tarde, quando se reencontram por iniciativa de um deles. Este artigo comenta a maneira como Marco Aurélio, narrador-personagem, articula passado e presente em relação a si mesmo e ao amigo, conectando suas trajetórias individuais à assustadora degradação que invade e desfigura o espaço urbano. A minuciosa construção de um condomínio fictício, o Estrela de Ipanema, mostrado em seu esplendor inicial e, depois, à beira da ruína, ganha amplitude e se torna metáfora de um Brasil que, até hoje, não superou sua condição de promessa persistente ou obra inconclusa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

GALVÃO, Walnice N. As musas sob assédio: literatura e indústria cultural no Brasil. São Paulo: SENAC, 2005.

LACERDA, Rodrigo. Vista do Rio. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

______. Tripé. São Paulo: Ateliê, 1999.

JATOBÁ, Vinícius Martinelli. “O ‘realista suave’ vê o Rio”. Disponível em URL: <http://www.paralelos.org/out03/000277.html>. Acesso em 22 jan. 2008.

SILVA, Vítor M. A. Teoria da literatura. 8ª ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1988.

Downloads

Publicado

01/03/2011

Como Citar

Pereira, H. (2011). Um réquiem para o Rio, outro para o Brasil:: sobre Vista do Rio, de Rodrigo Lacerda. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (33), 127–139. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9588

Edição

Seção

Seção Tema Livre