A solidão do detetive:

uma reflexão a  partir de Luiz Alfredo Garcia-Roza

Autores

  • Renata Magdaleno

Resumo

No fim da década de 1990, o mundo assistiu a um boom do romance policial, que atingiu inclusive o mercado brasileiro. Mas o gênero chega repaginado. Não que os elementos da trama dedutiva ou do noir tenham desaparecido nas narrativas atuais, mas o romance policial se aprofunda cada vez mais nos problemas da sociedade contemporânea, como a solidão dos habitantes das grandes cidades. A partir da análise da obra de Luiz Alfredo Garcia-Roza, que traz o delegado Espinosa como protagonista, este artigo pretende discutir as novas possibilidades do gênero. Observando o dia-a-dia de Espinosa, seus relacionamentos afetivos, sua rotina no trabalho, a forma como se locomove pelos seus espaços é possível refletir sobre os modos como a literatura se debruça sobre a vida urbana contemporânea.

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Publicado

01/03/2011

Como Citar

Magdaleno, R. (2011). A solidão do detetive:: uma reflexão a  partir de Luiz Alfredo Garcia-Roza. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (33), 109–125. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9587

Edição

Seção

Seção Tema Livre