Walter Benjamin:

o estado de exceção entre o político e o estético

Autores

  • Márcio Seligmann-Silva

Resumo

O texto apresenta o conceito de Ausnahmezustand (“estado de exceção”), pensado tanto em termos políticos como no âmbito teórico-metodológico, como um conceito central que atravessa
o pensamento de Walter Benjamin. Após apresentar as teses centrais do ensaio de 1921, “Zur Kritik der Gewalt”, o texto retoma o percurso da leitura deste ensaio de Benjamin da parte de Carl Schmitt, bem como o diálogo entre estes dois intelectuais. Ele ainda apresenta comoquestões centrais do ensaio de 1921 são retomadas no livro sobre o Trauerspiel (drama barroco alemão) de 1925 e nos textos escritos no contexto do Passagen-werk (Trabalho das passagens), com destaque para o “Sobre o conceito da história”, de 1940.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Trad. I. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

BENJAMIN, Walter. “Zur Kritik der Gewalt”, em TIEDEMANN, R. e SCHWEPPENHÄUSER, H. (org.). Gesammelte Schriften. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, vol. II: Aufsätze, Essays, Vorträge, 1974. pp. 179-203.

______. “Crítica da Violência. Crítica do Poder”, em BENJAMIN, Walter. Documentos de Cultura, Documentos de Barbárie. Trad. e org. de Willi Bolle. São Paulo: Cultrix/EDUSP, 1986. pp. 160-75.

______. Gesammete Briefe. Band II. 1919-1924. Org. por Ch. Gödde e H. Lonitz. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, 1996.

______. Gesammete Briefe. Band III. 1925-1930. Org. por Ch. Gödde e H. Lonitz. Frankfurt a. M.: Suhrkamp, 1997.

______. Origem do drama trágico alemão. Trad. de João Barrento. Lisboa: Assírio Alvim, 2004.

BREDEKAMP, Horst, “From Walter Benjamin to Carl Schmitt, via Thomas Hobbes”. Critical Inquiry, v. 25, nº. 2, Winter 1999, pp. 247-66.

DERRIDA, Jacques. Force de Loi. Le “Fondement mystique de l’autorité”. Paris: Galilée, 1994.

ÉSQUILO. Oréstia. Agamêmnon, Coéforas, Eumênides. 6ª ed. Trad. de Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

NIETZSCHE, F. “Jenseits von Gut und Böse, Zur Genealogie der Moral. Eine Streitschrift”, em COLLI, G. e MONTINARI, M. (org.). Kritische Studienausgabe. München: DTV/ Berlin-New York: Walter de Gruyter, 1988. v. 5.

______. Genealogia da Moral: uma polêmica. Trad. de. Paulo C. Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SCHMITT, Carl. Politische Theologie. Vier Kapitel zur Lehre von der Souveränität. München, Leipzig, 1922. [7ª ed. Berlin: Duncker & Humblot: 1996].

______. Hamlet o Hecuba. La irrupcion del tiempo em el drama. Trad. de R. Pastor. Valencia: Universidad de Murcia, 1993.

SELIGMANN-SILVA, Márcio, “Catástrofe, história e memória em Walter Benjamin e Chris Marker: a escritura da memória”, em SELIGMANN-SILVA, Márcio (org.). História, Memória, Literatura: o testemunho na era das catástrofes. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003. pp. 391-417.

______. “Após o ‘Violento Abalo’. Notas sobre a arte ”“ relendo Walter Benjamin”, em SELIGMANN-SILVA, Márcio. O local da diferença: ensaios sobre memória, arte, literatura e tradução. São Paulo: Editora 34, 2005. pp. 19-30.

TAUBES, Jacob. Ad Carl Schmitt. Gegenstrebige Fügung. Berlin: Merve, 1987.

WEBER, Samuel, “Taking Exception to Decision: Walter Benjamin and Carl Schmitt”. Diacritics, v. 22, nº. 3/4, Fall-Winter 1992, pp. 5-18.

Downloads

Publicado

01/10/2011

Como Citar

Seligmann-Silva, M. (2011). Walter Benjamin:: o estado de exceção entre o político e o estético. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (29), 205–230. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9127

Edição

Seção

Seção Temática