No entremeio do trágico:
Perlongher e os “Cadáveres” da Nação
Resumo
O objetivo deste artigo é indagar os implícitos identitários da “aportunholada” escrita do poeta e antropólogo argentino Néstor Perlongher (1942-1992) a partir de sua radicação no Brasil
(1982). Procurando estabelecer um diálogo entre extraterritorialidade e o uso estético do portunhol como língua de “entremeio”, o artigo analisa as relações entre nacionalidade e língua, e tenta, através da leitura da escrita de Perlongher como antimonumento, repensar a transgressão que a mesma representaria para o caráter trágico/sacro do discurso identitário nacional.
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