A narrativa insurgente do hip-hop

Autores

  • Ecio Salles

Resumo

Este artigo enfoca o rap como produção literária de setores periféricos/excluídos que propõe novos encaminhamentos tanto para a noção de “arte” e “cultura” quanto para as nossas questões sociais e políticas objetivas. O rap faz parte da cultura popular brasileira numa nova fase, que enfrenta os desafios do fenômeno denominado globalização, a presença da indústria cultural e os avanços tecnológicos, o que permitiu a criação de uma nova e formidável forma de fazer arte bem no centro das tensões e contradições urbanas. A produção poética dos rappers oferece uma forma determinada a questionar as vozes hegemônicas na sociedade, com isso constituindo-se como uma narrativa insurgente, perturbando a ordem que mantém determinadas regiões da cidade (como as favelas, por exemplo) apartadas dos benefícios da “vida moderna”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BÉTHUNE, Christian. Le rap: une esthétique hors la loi. Paris: Éditions Autrement ”“ Collection Mutations n.º 189, 1999.

CACHIN, Olivier. L’offensive rap. Paris: Gallimard/Découvertes. 1996.

CANCLINI, Néstor García. As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

________. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1998.

________. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.

CASHMORE, Ellis. “‘Raça’: como significante” em CASHMORE, Ellis & BANTON, Michael. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Summus, 2000.

________. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

DELEUZE, Gilles. O que é uma literatura menor?, em _______& GUATTARI, Félix. Kafka: por uma literatura menor. Rio de Janeiro: Imago, 1977.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Unesco, 2003.

HERSHCMANN, Micael (org.). Abalando os anos 90. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

______. O funk e o hip-hop invadem a cena. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000.

KEHL, Maria Rita. As frátrias orfãs. Mimeo., em www.planetaclix.com.br.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Editora 34, 2002.

MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios à s mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.

MATOS, Cláudia Neiva de. Acertei no milhar: malandragem e samba no tempo de Getúlio. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

MELLO, Caio B. de. A poesia envenenada dos Racionais: Superávit de negatividade e fim de linha sistêmico, em www.planetaclix.com.br., 2001.

MINARELLI, Enzo. História da poesia sonora no século XX: cânones e classificações, em MENEZES, Philadelpho (org.). Poesia sonora: poéticas experimentais da voz no século XX. São Paulo: Educ, 1992. MOURALIS, Bernard. As contraliteraturas. Coimbra: Almedina, 1982. NOVAES, Regina Reyes. “Ouvir para crer: os Racionais e a fé na palavra”, em Revista Religião e Sociedade, vol. 20, n.º 1, 1999.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001.

SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI. No loop da montanharussa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

SHUSTERMAN, Richard. Vivendo a arte: o pensamento pragmatista e a estética popular. São Paulo: Editora 34, 1998.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

________. Claros e escuros: identidades, povo e mídia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1999.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. São Paulo: Hucitec, 1997.

Discografia

RACIONAIS MCS. “Negro drama”. Nada como um dia atrás do outro. São Paulo: Cosa Nostra: Zâmbia, 2002.

________. “Capítulo 4, versículo 3”. Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra: Zâmbia, 1999.

________. “Jorge da Capadócia”. Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra: Zâmbia, 1999.

________. “Salve”. Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra: Zâmbia, 1999.

________. “Negro limitado”. B.O. (antologia). São Paulo: Zimbabwe; Continental,1994.

MV BILL. “Traficando informação”. Traficando informação. Rio de Janeiro: Natasha, 1999.

________. “Sem esquecer das favelas”. Traficando informação. Rio de Janeiro: Natasha, 1999.

________. “Atitude errada”. Traficando informação. Rio de Janeiro: Natasha, 1999.

GOG. “Mensagem positiva”. Prepare-se!. Brasília: Porte Ilegal, 1998.

________. “É o terror!”. CPI da favela. São Paulo: Zâmbia, 2000.

Downloads

Publicado

01/17/2011

Como Citar

Salles, E. (2011). A narrativa insurgente do hip-hop. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (24), 89–109. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9007

Edição

Seção

Seção Temática