Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy: provocações de uma arte literária inespecífica
Palavras-chave:
literatura; narrativas de violência contra a mulher; pós-institucionalResumo
O presente texto, por meio de pesquisa bibliográfica, traz à discussão o romance Melhor não contar (2024), de Tatiana Salem Levy, com a finalidade de debater a forma como o mesmo desafia as instâncias mais tradicionais de legitimação do literário. Nesse sentido, duas questões são abordadas: a forma como a escrita das mulheres é significada no romance, enquanto performance e personificação da mulher que (se)escreve; a a presença do tema do assédio e da violência sexual no ambiente familiar e fora dele, marcando a presença de uma condição permanente de violência que se perpetua de geração a geração. Tecido por meio dos fios irregulares de uma escrita labiríntica, o romance situa-se no dentro-fora do gênero, da ficção, da realidade, do público, do privado, da literatura e do mundo, arrebanhando elementos diversos, por vezes díspares, em (contra)fluxos de provocações em torno do literário.
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