Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy: provocações de uma arte literária inespecífica

Autores

Palavras-chave:

literatura; narrativas de violência contra a mulher; pós-institucional

Resumo

O presente texto, por meio de pesquisa bibliográfica, traz à discussão o romance Melhor não contar (2024), de Tatiana Salem Levy, com a finalidade de debater a forma como o mesmo desafia as instâncias mais tradicionais de legitimação do literário. Nesse sentido, duas questões são abordadas: a forma como a escrita das mulheres é significada no romance, enquanto performance e personificação da mulher que (se)escreve; a a presença do tema do assédio e da violência sexual no ambiente familiar e fora dele, marcando a presença de uma condição permanente de violência que se perpetua de geração a geração. Tecido por meio dos fios irregulares de uma escrita labiríntica, o romance situa-se no dentro-fora do gênero, da ficção, da realidade, do público, do privado, da literatura e do mundo, arrebanhando elementos diversos, por vezes díspares, em (contra)fluxos de provocações em torno do literário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARNAUT, Ana Paula (2018). Do post-modernismo ao hipercontemporâneo: morfologia(s) do romance e (re)figurações da personagem. Revista de Estudos Literários, Coimbra, n. 8, p. 19-44. Disponível em: Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/rel/issue/view/352 Acesso em: 10 out. 2024.

» https://impactum-journals.uc.pt/rel/issue/view/352

BLANCHOT, Maurice (2010). A conversa infinita 1: a palavra plural. São Paulo: Escuta.

BEAUVOIR, Simone de (1967). O segundo Sexo: A experiência vivida. 2. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967. p. 499. Disponível em: http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/autores/Beauvoir,%20Simone%20de/O%20Segundo% 20Sexo%20-%20II.pdf Acesso em: 10 jul. 2024

» http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/autores/Beauvoir,%20Simone%20de/O%20Segundo% 20Sexo%20-%20II.pdf

CASANOVA, Pascale (2002). Literatura, nação e política. In: CASANOVA, Pascale (2002). A república mundial das letras. São Paulo: Estação Liberdade. p. 53-64.

CESAR, Ana Cristina (2016). A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras.

CHARLES, Sébastien (2023). O individualismo paradoxal: introdução ao pensamento de Gilles Lipovetsky. In: LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sébastien (2023). Os tempos hipermodernos. Tradução de Luís Filipe Sarmento. Lisboa, Portugal: Edições 70. p. 15-49.

DALCASTAGNÈ, Regina (2021). O prego e o rinoceronte: resistências na literatura brasileira. Porto Alegre: Zouk.

FIGUEIREDO, Eurídice (2022). A nebulosa do (auto)biográfico. Porto Alegre, RS: Zouk.

FIGUEIREDO, Eurídice (2010). Autoficção feminina: a mulher nua diante do espelho. Revista Criação & Crítica, São Paulo, n. 4, p. 91-102. Disponível em: Disponível em: https://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/view/46790 Acesso em: 20 jun. 2024.

» https://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/view/46790

FOUCAULT, Michel (2002). As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução de António Ramos Rosa. Lisboa, Portugal: Edições 70 .

GARRAMUÑO, Florencia (2014a). Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco.

GARRAMUÑO, Florencia (2014b). Formas da impertinência. In: KIFFER, Ana Paula Veiga; GARRAMUÑO, Florencia (orgs.) (2014). Expansões contemporâneas: literatura e outras formas. Belo Horizonte: Editora UFMG. p. 91-108.

GASPARINI, Philippe (2008). Autoficction: une aventure du langage. Paris: Seuil.

GLOBO. Você sabe o que diz o projeto de lei que equipara o aborto legal a homicídio no Brasil? Entenda em 3 pontos. O Globo. 14 jun. 2024. Disponível em: Disponível em: https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/06/14/entenda-em-3-pontos-o-projeto-de-lei-que-equipara-aborto-legal-a-homicidio-no-brasil.ghtml Acesso em: 29 maio 2024.

» https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/06/14/entenda-em-3-pontos-o-projeto-de-lei-que-equipara-aborto-legal-a-homicidio-no-brasil.ghtml

HALL, Stuart (2006). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG . [organizadora: Liv Sovik].

KEHL, Maria Rita (2016). Deslocamentos do feminino. 2. ed. São Paulo: Boitempo.

KIFFER, Ana Paula Veiga (2014). A escrita e o fora de si. In: KIFFER, Ana Paula Veiga; GARRAMUÑO, Florencia (orgs.) (2014). Expansões contemporâneas: literatura e outras formas. Belo Horizonte: Editora UFMG . p. 47-68.

KIFFER, Ana Paula Veiga; GARRAMUÑO, Florencia (orgs.) (2014). Expansões contemporâneas: literatura e outras formas. Belo Horizonte: Editora UFMG .

KRAUSS, Rosalind (2000). A voyage on the north sea: art in the age of the post-medium condition. London: Thames & Hudson.

LE GUIN, Ursula K. (2020). A ficção como cesta: uma teoria. Tradução de Priscilla Mello. Revisão de tradução: Ellen Araujo e Marcio Goldman. [The Carrier Bag Theory of Fiction (1986). Texto traduzido a partir de texto publicado em Dancing at the Edge of the World - Thoughts on Words, Women, Places (1989). Ed. Grove Press]. Disponível em: Disponível em: https://www.academia.edu/44858388/A_Fic%C3%A7%C3%A3o_como_Cesta_Uma_Teoria_The_Carrier_Bag_Theory_of_Fiction_Ursula_K_Le_Guin Acesso em: 29 maio 2024.

» https://www.academia.edu/44858388/A_Fic%C3%A7%C3%A3o_como_Cesta_Uma_Teoria_The_Carrier_Bag_Theory_of_Fiction_Ursula_K_Le_Guin

LEVY, Tatiana Salem (2024). Melhor não contar. Lisboa: Elsinore.

LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sébastien (2023). Os tempos hipermodernos. Tradução de Luís Filipe Sarmento. Lisboa, Portugal: Edições 70 .

LUDMER, Josefina (2010). Literaturas pós-autônomas. Sopro, Desterro, n. 20, p. 1-3, jan. Disponível em: Disponível em: https://www.culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf Acesso em: 14 ago. 2024.

» https://www.culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf

RANCIÈRE, Jacques (2010). O espectador emancipado. Tradução de Daniele Ávila. Urdimento: Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis. v. 2, n. 15, p. 107-122. Disponível em: Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573102152010107 Acesso em: 15 maio 2024.

» https://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573102152010107

SEGATO, Rita Laura (2017). A base política das relações de violência de gênero. [Entrevista concedida a] Hector Pavon. Clarin - Revista Ñ. 4 ago. 2017. [tradução de Cepat] [on-line]. Disponível em: Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/570524-a-base-politica-das-relacoes-de-violencia-degenero-entrevista-com-a-antropologa-rita-segato Acesso em: 9 out. 2024.

» http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/570524-a-base-politica-das-relacoes-de-violencia-degenero-entrevista-com-a-antropologa-rita-segato

TELLES, Lygia Fagundes (1980). No princípio era o caderno. In: TELLES, Lygia Fagundes (1980). A disciplina do amor: fragmentos. Rio de Janeiro: Nova fronteira. p. 16-17.

WOOLF, Virgínia (2017). Momentos de vida. Trad. de Eugénia Antunes. Lisboa: Ponto de fuga.

Downloads

Publicado

05/15/2025

Como Citar

Coutinho, I. V. B. F. (2025). Melhor não contar, de Tatiana Salem Levy: provocações de uma arte literária inespecífica. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (74). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/58492

Edição

Seção

Dossiê "Práticas Literárias Pós-Institucionais na Contemporaneidade"