Uma ode ao papel em práticas literárias digitais
Palavras-chave:
papel; materialidade; livro; e-book; instapoesiaResumo
Neste artigo, discute-se, a partir do pensamento de Jacques Derrida (2004), o caráter modelizante do papel e a permanência de sua materialidade como recurso simbólico para a escrita, mesmo diante da proliferação da cultura digital. A reflexão é desenvolvida com a análise de duas formas de produção literária contemporâneas distintas. A primeira é o romance Opisanie Swiata, de Verônica Stigger, cujas versões em impresso e em e-book serão postas em confronto. A segunda consiste em alguns poemas extraídos de três perfis de instapoetas selecionados no Instagram: Zack Magiezi, Fabricio Carpinejar e Pedro Daniel. Nas duas formas de produção em análise, é examinada a proeminência que o uso material do papel alcança nas escritas produzidas por esses autores e o modo como o papel aí representa um objeto de criação de vínculos sensoriais e artísticos, em contraste com a padronização que rege suportes e formatos no ambiente digital. Para auxiliar no encaminhamento da discussão, conta-se com as contribuições de Alberto Manguel (1997), Byung-Chul Han (2022) e Osvaldo Silvestre (2016), entre outros estudiosos.
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Referências
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