Diante do intolerável: a resistência melancólica de Letrux
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187311Palavras-chave:
Letrux, resistência, melancolia.Resumo
Este artigo expõe uma reflexão teórica sobre a fabricação de espaços de reação diante do pensamento autoritário mediados por uma elaboração artística melancólica entre os anos 2018 e 2022 no Brasil. Parte-se do entendimento de que os contornos melancólicos se constituíram, de modo indissociável, como um efeito colateral à estrutura política do país. Ao considerar as relações entre melancolia, literatura e sociedade, propõe-se uma análise estruturada da obra de Letrux (2018; 2020a; 2020b; 2021a; 2021b; 2022), que, ao construir objetos artísticos sob o escopo melancólico, rejeitou o assombro de um governo de extrema-direita e fomentou proposições de resistência em um tempo que se apresentava intolerável.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES (1998). O Homem de gênio e a melancolia. Tradução de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Lacerda.
ASSUMPÇÃO, Itamar (1993). Milágrimas. In: ASSUMPÇÃO, Itamar. Bicho de Sete Cabeças Vol II. São Paulo: Baratos Afins. 1 CD. Faixa 2.
BACHELARD, Gaston (2013). A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes.
BENJAMIN, Walter (1984). Origem do drama barroco alemão. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense.
CALAZANS, Roberto; MATOZINHO, Christiane (2021). Pandemia e neoliberalismo: a melancolia contra o novo normal. Rio de Janeiro: Mórula.
CANAL ARTE1 (2021). Letrux comenta o livro Tudo que já nadei. Canal Arte 1, São Paulo. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=nLtoxB5s2Fc. Acesso em: 1º jan. 2024.
CARVALHO NERY, Fernanda Barboza de (2021). Literatura, música e os abismos inexistentes: uma reflexão sobre o universo artístico fragmentado. Estação Literária, Londrina, v. 28, p. 7-22, 2021. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/estacaoliteraria/article/view/44821/Carvalho%20Nery. Acesso em: 10 jan. 2024.
DELEUZE, Gilles (1976). Nietzsche e a filosofia. Tradução de Edmundo Fernandes Dias e Ruth Joffyli Dias. Rio de Janeiro: Rio.
DELEUZE, Gilles (1999). O ato de criação. Palestra proferida em Paris em 1987. Folha de S.Paulo. Disponível em: https://lapea.furg.br/images/stories/Oficina_de_video/o%20ato%20de%20criao%20-%20gilles%20deleuze.pdf. Acesso em: 15 jan. 2024.
DIDI-HUBERMAN, Georges (2019). Désirer désobéir: Ce qui nous soulève, 1. Paris: Les Editions de Minuit.
DIDI-HUBERMAN, Georges (2021). Povos em lágrimas, povos em armas. Tradução de Hortencia Lencastre. São Paulo: N-1.
GARCIA DOS SANTOS, Laymert (2018). Viva a morte! São Paulo: N-1.
GRAMMY LATINO (2020). Indicados 21.a entrega anual do Latim Grammy. Grammy Latino. Disponível em: www.latingrammy.com/pt/nominees. Acesso em: 30 jan. 2024.
JORNAL HOJE. Fome entre as crianças: apenas 26% têm café da manhã, almoço e janta todos os dias. Jornal Hoje, São Paulo, 2021. Disponível em: www.globoplay.globo.com/v/10042231. Acesso em: 16 dez. 2023.
LETRUX (2015). Zaralha: abri minha pasta. Rio de Janeiro: Guarda-chuva.
LETRUX (2017). Letrux em noite de climão. São Paulo: Tratore. 1 CD.
LETRUX (2018). Na última instância do horror. Rio de Janeiro. Instagram: @leticialetrux. Disponível em: www.instagram.com/p/BpTHo0JFyuX/?utm_medium=copy_link. Acesso em: 12 jan. 2024.
LETRUX (2020a). Letrux aos prantos. Rio de Janeiro: Independente; Natural Musical. 1 CD.
LETRUX (2020b). Nascemos chorando. Rio de Janeiro. Instagram: @leticialetrux. Disponível em: www.instagram.com/p/B9_86g_lIUY/?utm_source=ig_embed&ig_rid=491d2df7-6940-40f2-a740-b9b164f3713a. Acesso em: 20 jan. 2024.
LETRUX (2022). A panela de pressão explodiu. Gama, São Paulo. Disponível em: https://gamarevista.uol.com.br/colunistas/letrux/a-panela-de-pressao-explodiu/. Acesso em: 12 jan. 2024.
LETRUX (2021a). Sábado é sempre um pouco pior. Gama, São Paulo. Disponível em: https://gamarevista.uol.com.br/colunistas/letrux/sabado-e-sempre-um-pouco-pior/. Acesso em: 10 jan. 2024.
LETRUX (2021b). Tudo que já nadei: Ressaca: quebra-mar e marolinhas. 3. ed. São Paulo: Planeta.
MAIA, Andréa Casa Nova (2020). Não sou coveiro... E daí? In: CASA NOVA, Vera; MAIA, Andréa Casa Nova (org.). Arquivo pandemia: diários íntimos, recortes poéticos, históricos, geográficos, políticos, antropológicos, artísticos, psicossociais do isolamento. Belo Horizonte: Editora UFMG. v. 1. p. 160-165.
MULTISHOW (2017). Prêmio Multishow. Multishow. Disponível em: https://multishow.globo.com/especiais/premio-multishow-2017/noticia/superjuri-premiomultishow-2017-conheca-os-vencedores-e-os-jurados.ghtml. Acesso em: 10 jan. 2024.
PASSOS, Ursula (2021). CPI da Covid é retrato do deboche do Brasil de hoje, diz Zuenir Ventura, aos 90 anos. Folha de S.Paulo, São Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/05/faco-90-feliz-mas-nao-posso-ser-feliz-num-pais-que-e-um-cemiterio-diz-zuenir-ventura.shtml. Acesso em: 27 jan. 2024.
PIGEAUD, Jackie (2007). Prólogo. In: ARISTÓTELES. El hombre de genio y la melancolía: problema XXX. Barcelona: Acantilado. p. 9-76.
SONTAG, Susan (1986). Sob o signo de saturno. Tradução de Ana Maria Capovilla e Albino Poli Jr. São Paulo: L&PM.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Fernanda Barboza de Carvalho Nery
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.