Exílio da ditadura na ficção brasileira da geração pós-memorial: a perspectiva e a estética dos filhos
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018606Palavras-chave:
pós-memória, ditadura, América Latina, exílioResumo
A partir do conceito de pós-memória, de Marianne Hirsch, este artigo pretende analisar a maneira pela qual artistas brasileiros, pertencentes à geração de filhos dos exilados políticos das ditaduras latino-americanas, representaram suas vivências, suas memórias e as narrativas dos pais. Para tanto, selecionamos A chave de casa, de Tatiana Salem Levy (2007); Mar azul, de Paloma Vidal (2012); A resistência, de Julián Fuks (2015); Rio-Paris-Rio, de Luciana Hidalgo (2016); e o filme Deslembro, de Flávia Castro (2018). Num primeiro momento, serão abordadas as conexões entre intriga ficcional e memória familiar para, em seguida, analisar as estratégias narrativas de representação, muitas vezes indireta, dessa memória, buscando delinear o que seria uma estética pós-memorial brasileira. Finalmente, será tratada a representação do exílio, tanto como elemento transgeracional como cenário de uma perspectiva descentrada.
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