O grau zero da ficção: desmolduramento enunciativo em Delírio de Damasco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018579

Palavras-chave:

desmolduramento enunciativo, Veronica Stigger, Delírio de Damasco, Barbara Smith

Resumo

O objetivo deste trabalho é refletir como se dá a experiência de leitura em Delírio de Damasco (2012), de Veronica Stigger. Para isso, levantaremos questões relacionadas à enunciação literária, servindo-nos da noção de desmolduramento enunciativo, que será explicitada e desenvolvida durante a análise com o suporte de conceitos como enunciado fictício e enunciado natural, ambos cunhados por Barbara Smith. Nossa hipótese é de que nesta obra temos uma linguagem sem contorno, desmoldurada, pois desprovida dos referenciais básicos de ancoragem narrativa (narrador, enredo, personagens). Assim, problematizando o abalo do lugar da enunciação literária em Delírio de Damasco, interessa-nos pensar de que modo este gesto afeta a posição do leitor: como se dá a passagem ruidosa do existente ao inexistente e quais as consequências desse movimento junto ao contínuo ininterrupto entre real e imaginário.

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Publicado

07/09/2019

Como Citar

Loyola Comin, C. (2019). O grau zero da ficção: desmolduramento enunciativo em Delírio de Damasco. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (57), 1–11. https://doi.org/10.1590/2316-4018579