Reflexões quanto à literatura marginal brasileira:
comparando Ferréz a sua tradição literária
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40185017Resumo
A denominação “literatura marginal” vem se transformando na tradição literária brasileira ao longo das décadas, associando-se a uma gama de estilos, textos e autores. Nos últimos anos, está mais ligada a uma literatura produzida na periferia e que compreende como público setores da sociedade brasileira que nunca foram alvo do mercado editorial. Textualmente, caracteriza-se por apresentar vozes pouco presentes na nossa tradição literária. Todavia, o adjetivo “marginal” é ainda escorregadiço, associando-se a determinados autores e obras talvez mais pelo fato de o utilizarem em manifestos e entrevistas do que por existirem textos com características reconhecíveis como “marginais”. O presente estudo pretende aproximar-se de uma descrição dessa literatura ao se debruçar em publicações como Manual prático do ódio, de Ferréz. Trata-se, portanto, de uma proposta descritiva e comparativa cujo objetivo é traçar alguns elementos pertinentes à literatura conhecida como marginal, assim a diferenciando de outras marginalidades da nossa história literária.
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