O capital internacional como agente social produtor do espaço urbano: o estudo de caso de Praia do Forte – BA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/2236-56562024e49216

Palavras-chave:

tourism, politics, mega-companies, sociospatial

Resumo

A área urbana isolada de Praia do Forte sofreu intensas modificações socioespaciais desde sua venda ao engenheiro paulista Klaus Peters, na década de 1970. O espaço, outrora como uma bucólica vila de pescadores, passou a abrigar grandes resorts e condomínios de alto padrão ao longo do tempo, transformando-se em um dos principais destinos turísticos do estado da Bahia. Praia do Forte está inserida numa área protegida, pioneira na incorporação do planejamento socioespacial à dimensão ambiental. Este trabalho tem como objetivo central compreender como se dá a atuação do capital internacional na produção de espaços da Praia do Forte. Foram realizados levantamentos    bibliográficos, documentais em cartórios de imóveis e na Prefeitura de Mata de São João, cartográficos e de campo para observação dos empreendimentos hoteleiros e registros fotográficos.  Através dos processos metodológicos expostos foi possível exemplificar os meios pelos quais o capital internacional agiu na produção do espaço urbano em Praia do Forte através da interação com os demais agentes sociais produtores do espaço. A ação do capital internacional em Praia do Forte se deu por intermédio de megaempresas e megaentidades que vislumbraram a localidade como um potencial reprodutor de seus capitais, investindo e reinvestindo capital na forma de dinheiro a fim de lucrar com a imagem criada do local que, historicamente e através da atuação do Estado, dos proprietários fundiários e dos promotores imobiliários, ganhou aspectos atratores para o setor turístico e imobiliário, transformando-se em um centro receptor de capital internacionalizado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Pedro, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Bacharel em Urbanismo pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e  Mestre em Estudos Territoriais pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais (PROET).

Ednice Baitz, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Possui graduação em Licenciatura Em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1995), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1999) e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (2007). Atualmente é professora Pleno da Universidade Estadual de Santa Cruz, Coordenadora do Laboratório de Analise e Planejamento Ambiental - LAPA e professora permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos Territoriais - PROET, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Tem experiência na área de Geografia urbana e estudos ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: Planejamento, cidades, riscos, segregação e formação de professor.

Referências

AUGÉ, M. Não-lugares. Introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994. Banco Luso Brasileiro. O banco. 2022. Disponível em: https://bancoluso.com.br/banco/#historico. Acesso em: 24/04/2022.

BRANDÃO, P. R. B. DE TATUAPARA À POLINÉSIA BRASILEIRA: TERRITORIALIDADES E TEMPORALIDADES DO TURISMO EM PRAIA DO FORTE (BA). Entre-Lugar – Dourados / MS, ano 6, nº 11, 1, 2015. BRITO, F. M. Praia do(s) Forte(s): Onde os fracos lutam para ter vez. Salvador: Assembleia Legislativa da Bahia, 2018.

CASTELLS, M. A sociedade em Rede. 6. 617p. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

CRUZ, R. C. A da. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000.

CORREA, R. L. O espaço urbano. Editora Ática – Rio de Janeiro, 1995.

DIÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA. Resolução do Conselho de Ministros, n.º 115. Presidência do Conselho de Ministros, 2009.

EMPREENDIMENTO PISCINAS NATURAIS. Apresentação.2022. Disponível em: https://www.condominiopiscinasnaturais.com.br/apresentacao/. Acesso em: 24/04/2022.

GODOY,Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995.

Grupo Américo Amorim. História. 2022. Disponível em: https://www.grupoamericoamorim.com/grupo-americo-amorim/historia/. Acesso em: 24/04/2022.

HARVEY, D. O direito à cidade. New Left Review, nº 53, (2008). Traduzido do original em inglês “The right to the city” por Jair Pinheiro. Lutas Sociais - São Paulo, nº 29, p. 73-89, 2012.

IBBI. Encontre seu imóvel na Bahia. Disponível em: https://www.imoveisbrasilbahia.com.br/. Acesso em: 27/07/2022.

IBEROSTAR. Iberostar Group. Disponível em: https://www.grupoiberostar.com/es/. Acesso em: 27/07/2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 27/07/2022.

KNAFOU, R. Turismo e território: por uma abordagem científica do Turismo. In: RODRIGUES, A B. Turismo e Geografia. São Paulo: HUCITEC, 1996. p. 62-74.

LA LAGUNA PRAIA DO FORTE. Destino. 2022. Disponível em: lalaguna.com.br. Acesso em: 20/07/2022.

LOZATO-GIOTART,J.P. Mediteráneo y turismo. 216p. Paris: Masson, 1991.

LUXURY, E. Luxury Estate. Disponível em: https://br.luxuryestate.com/. Acesso em: 27/07/2022.

MILANEZ, J. L. A. Vila de pescadores? As transformações urbanas e estratégicas da Praia do Forte - Ba. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano – PPDRU, Universidade Salvador – Salvador, 2018.

MORAES, A. C. R. Meio Ambiente e Ciências Humanas. São Paulo: Hucitec, 1994.

MURICY, I. T.. APA Litoral Norte: introdução e caminhos da pesquisa. In MURICY, Ivana Tavares (org.). Turismo e desenvolvimento na Área de Proteção Ambiental Litoral Norte (BA). Série Estudos e Pesquisas – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – Salvador, nº 82. p. 9-28, 2009.

PAIVA, M. G. M. V. Análise do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste (Prodetur/NE) na perspectiva do planejamento estratégico. Revista de Administração Pública (RAP) - Rio de Janeiro, 2010.

PEARCE, D. et al. Economics and conservation of global biological diversity. London: GEF, 1990. 119 p.

PREFEITURA MATA DE SÃO JOÃO, Lei nº 229 de 20 de julho de 2005. Modifica os limites da área urbana do litoral do Município de Mata de São João e dá outras providências - Mata de São João, BA, jul, 2005.

REMAX. RE / MAX. Disponível em: https://www.remax.com/. Acesso em: 27/07/2022.

SANTA HELENA CONSTRUTORA. Sobre. 2022. Disponível em: https://santahelenaconstrutora.com.br/sobre/. Acesso em 20/07/2022.

SANTANA, F. Avanço urbano em Praia do Forte começou com alemão nos anos 70; conheça a história. Disponível em: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/avanco-urbano-em-praia-do-fortecomecou-com-alemao-nos-anos-70-conheca-a-historia/. CORREIO, 2021. Acesso em: 27/07/2022.

SANTOS, M. O espaço geográfico como categoria filosófica. Terra Livre, n. 5, 1988.

SANTOS, T. M. S. Urbanização turística e a produção do espaço nos centros de lazer: um estudo sobre Praia do Forte – Bahia. Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2006.

SANTOS, Maricélia Rodrigues. O Jequi iluminado. Mata de São João –Bahia. JM Gráfica e Editora Ltda, 2011.

SIRAVOL. Siravol Incorporadora. Disponível em: http://www.siravol.com.br/. Acesso em: 27/07/2022.

SOBRINHO, L. Em busca do paraíso: A (eco)lógica, A gestão do território e turismo em Praia do Forte. 1998. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia – Salvador, 1998.

THEVENIN, J. M. R. O turismo e suas políticas públicas sob a lógica do capital. Caderno Virtual de Turismo. 2011;11(1):122-133. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115418480008. Acesso em: 14/10/2021.

TIVOLI. Tivoli Hotels & Resorts. Disponível em: https://www.tivolihotels.com/en/. Acesso em: 27/07/2022.

URRY, J. O olhar do turista – lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo: SESC/Studio Nobel, 1996.

YÁZIGI, E. Turismo – uma esperança condicional. São Paulo: Plêiade, 1998.

Downloads

Publicado

08/07/2024

Como Citar

Pedro Costa Cerqueira, J., & Baitz, E. (2024). O capital internacional como agente social produtor do espaço urbano: o estudo de caso de Praia do Forte – BA. Revista Espaço E Geografia, 27, 58–90. https://doi.org/10.26512/2236-56562024e49216

Edição

Seção

Artigos