REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA VEGETAÇÃO DA BACIA DO RIACHO SÃO JOSÉ NA PORÇÃO SEMIÁRIDA DO AGRESTE PERNAMBUCANO

Autores

Palavras-chave:

Pirâmides de Vegetação; Fitogeografia; Área de Transição; Pernambuco.

Resumo

O ambiente semiárido que integra a faixa de transição do Agreste do Estado de Pernambuco revela mudanças na fitofisionomia do sentido de Leste para Oeste, compreendendo do Planalto Central da Borborema a Depressão do Baixo São Francisco. Essa constatação é colocada em evidência no percurso de bacias hidrográficas com forma alongada sobre as citadas feições geomorfológicas, como é o exemplo do riacho estudado. Diante desta realidade, teve-se como objetivo representar a composição florística da bacia Riacho São José-PE através de pirâmides de vegetação, destacando as interações geoecológicas das paisagens semiáridas moderada e subúmida, destacando as mudanças fitofisionômicas que se sucedem. Nessa intenção, os procedimentos aplicados são enviesados na perspectiva de uma análise integrada dos componentes geoecológicos da paisagem e a metodologia de pirâmides de vegetação disponível na literatura: levantamento bibliográfico do tema e seus métodos, construção de banco de dados cartográficos com as informações geoecológicas, atividade de campo e confecção cartográfica e gráfica. Tais ações possibilitaram a construção de quatro pirâmides a partir de áreas amostrais, levantamento de informações biogeográficas, fitossociológicas e a classificação da dinâmica vegetal por estrato. Assim foram identificadas 25 famílias e 56 espécies de vegetação arbórea, arborescente, arbustiva, subarbustiva e herbácea; nas representações gráficas diagnosticou-se os cinco estratos vegetais, com exceção da segunda pirâmide; a principal dinâmica constatada foi o estado de equilíbrio e em menor representação o estado em regressão nos estratos arbóreo da primeira e subarbustivo da terceira pirâmide. Os resultados revelaram assim a estrutura e dinâmica da vegetação uma área de transição fitogeográfica o que pode indicar prioridades para conservação da Caatinga diante do estado de regressão na dinâmica de alguns estratos e pouca representatividade de espécies nativas, bem como deve-se desenvolver novos estudos em outras áreas de Caatinga com fins a análises comparativas, pois a metodologia adotada pouco tem sido explorada nesse sentido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AB’SÁBER, A. N. Os domínios da natureza do Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editora, 2003. 158p.

ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODA, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botânica Brasileira. São Paulo, v.17, n. 2, p. 287-303, jul./set, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062003000200011

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. DOI: 10.1127/0941-2948/2013/0507

APAC, Agência Pernambucana de Águas e Clima. Bacias hidrográficas / Rio Ipanema. Disponível em: http://www.sirh.srh.pe.gov.br/apac/pagina.php?page_id=5&subpage_id=16. Acesso em: 22 mar, 2021.

BARBOSA, L. G. Análise de sistemas em Biogeografia: estudo diagnóstico da cobertura vegetal da Floresta Nacional de Palmares, Altos, Piauí/Brasil. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. 2015. 184p.

BELTRAME, A. V. Diagnóstico do meio físico de bacias hidrográficas: modelo e aplicação. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994. 112p.

BERTRAND, G. Pour une étude géographique de la végétation. Revue géographique des Pyrénées et du Sud-Ouest, Toulouse-FR, v. 37, n. 2, pp. 129-144, 1966. DOI: https://doi.org/10.3406/rgpso.1966.4544

BOTELHO, R. G. M. Planejamento ambiental em microbacia hidrográfica. In: GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S.; BOTELHO, R. G. M. (Ed.). Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. ed. 10. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015. p. 269-300.

CHAVES, A. M. S. Dinâmica geoecológica e cenários potenciais para conservação da paisagem semiárida na bacia do riacho São José em Pernambuco. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Sergipe. 2021. 353p.

CHAVES, A. M. S; VIEIRA, A. G. T.; FRANÇA, E. M. S.; SANTOS, E. J.; TEIXEIRA, G. S. S.; SILVA, J. I. S.; MELO & SOUZA, R. Análise dos serviços ecossistêmicos na paisagem semiárida da bacia do Riacho São José, Pernambuco. Geosaberes, Fortaleza, v. 12, p. 139-158, maio, 2021. DOI: https://doi.org/10.26895/geosaberes.v12i0.1147

CHAVES, A. M. S.; MELO & SOUZA, R. Identificação de áreas para construção de pirâmides de vegetação através do índice de vegetação pela diferença normalizada. In: PINHEIRO, L. S.; GORAYEB, A. (Ed.). Geografia física e as mudanças globais. Fortaleza: Editora UFC, 2019. E-book. p. 01-12.

CHAVES, A. M. S. Adequabilidade geoecológica de uso e cobertura da terra na bacia do Riacho São José, Pernambuco. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, 13., 2019, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2019.

CHAVES, A. M. S.; MELO & SOUZA, R. Relação cobertura vegetal e temperatura da superfície terrestre em bacia semiárida. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, 14., 2021, João Pessoa. Anais... João Pessoa: UFPB, 2021.

COSTA, R. A. Análise biogeográfica do parque municipal do goiabal em Ituiutaba – MG. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v.1, n.33, p.68-83, jan./jul. 2011.

FIGUEIRÓ, A. S. Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 384p.

GONÇALVES, D. L.; BARBOSA, L. G.; PASSOS, M. M. Análise da estrutura vegetal a partir da representação cartográfica com o uso de pirâmides de vegetação. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, 11., 2015, Presidente Prudente. Anais... Presidente Prudente: UNESP, 2015. p. 4702- 4714.

GONÇALVES, D. L.; PASSOS, M. M. Análise da cobertura vegetal no varjão do rio Paranapanema, município de Rosana-SP: um estudo para a criação de um corredor ecológico. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, 12., 2017, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2017. p. 1361- 1372.

GUTIÉRREZ, A. P. A.; ENGLE, N. L.; DE NYS, E.; MOLEJÓN, C.; MARTINS, E. S. Drought preparedness in Brazil. Weather and Climate Extremes, Amsterdam-Holland, v. 3, p. 95-106, jun. 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.wace.2013.12.001.

MACHADO, P. J. O.; TORRES, F. P. Introdução à hidrogeografia. São Paulo: Cengagi Learning, 2012. 178p.

POSSAS, H. P.; FIGUEIRÓ, A. S.; GAMA, A. M. R. C.; VIEIRA, A. F. G; NASCIMENTO, E. E. D. J.; GUTTLER, M. A. C. C. Aplicação do método de pirâmides no estudo biogeográfico. Geosul, Florianópolis, v. 15, n. 30, p. 11-130, jul./dez. 2000.

PASSOS, M. M. Por um estudo da evolução da vegetação - da pirâmide ao NDVI. Geosul, Florianopolis-SC, v. 15, n. 30, p 90-110, jan. 2000.

PASSOS, M. M. Biogeografia e paisagem. 2 ed. Maringá: [s. n.], 2003. 264p.

PASSOS, M. M. Das potencialidades à evolução paisagística no noroeste do Paraná: uma aproximação. Geografia, Londrina-PR, v. 15, n. 1, p.173-204, jan./jun. 2006.

PASSOS, M. M. A geografia e as novas tecnologias. Revista Geonorte, Edição Especial, v.4, n.4, p.136-145, 2012.

PASSOS, M. M. A relação clima-vegetação no semiárido brasileiro: abordagem bioclimática do contato Caatinga/Cerrado no vale do Médio São Francisco – Semiárido do Nordeste brasileiro. Espaço em Revista, Catalão/GO, v. 22, n. 1, p. 42-60, jan./jun. 2020.

PASSOS, M. M.; DUBREUIL, V. Approche bioclimatique du contact Caatinga/cerrado dans l'etat de Bahia, Brésil. Association Internationale de Climatologie, v. 15, p. 56-65, 2003.

PASSOS, M. M.; DUBREUIL, V. A relação clima-vegetação no semi-árido brasileiro. Boletim de Geografia, Maringa, v. 22, n. 1, p. 35-48, 2004. DOI: https://doi.org/10.4025/bolgeogr.v22i1.12391

PASSOS, M. M.; URGIDO, M. A. L. Biogeografia da Caatinga. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v. 1, n.19, p. 31-56, 1997.

RODAL, M. J. N.; MARTINS, F. R.; SAMPAIO, E. V. S. S. B. Levantamento quantitativo das plantas lenhosas em trechos de vegetação de caatinga em Pernambuco. Revista Caatinga, Mossoró, v. 21, n. 3, p.192-205, jul./set. 2008.

RODRIGUES, T. C. S.; PEREIRA, P. R. M.; VIEGAS, J. C.; ERICEIRA, M. P.; ARAUJO, W. L. N. Pirâmides de vegetação como ferramenta de representação gráfica em áreas testes na microrregião do Gurupi, Oeste Maranhense. In: PINHEIRO, L. S.; GORAYEB, A. (Ed.). Geografia física e as mudanças globais. Fortaleza: Editora UFC, 2019 - a. E-book. p. 01-12.

SAKUMA; M. Z.; HALL, C. F.; SILVA, M. H. S. Vegetation pyramids applied to the analysis of dense forest units in the Pantanal of Abobral. RA’EGA, Curitiba-PR, V. 8, n. 2, p. 109-128, nov. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v49i0.66384

SAKUMA; M. Z.; SILVA, M. H. S. A técnica das pirâmides de vegetação aplicada a análise de unidades florestais de vegetação arbórea densa no Pantanal do Abobral. In: PERREZ FILHO, A. AMORIM, R. R. (Orgs.). Os desafios da geografia física na fronteira do conhecimento. v. 1, E-book, 2017. p. 1297- 1301. DOI: https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2150

SILVA, S. O. Estudo de duas áreas de vegetação da caatinga com diferentes históricos de uso no Agreste Pernambucano. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2009. 83p.

SILVA, M. H. S. Pirâmides de vegetação como estratégia metodológica para análise biogeográfica. In: DIAS, L. S.; GUIMARÃES, R. B. (Ed.). Biogeografia: conceitos, metodologia e práticas. Tupã-SP: Editora ANAP, 2016. E-book. p. 51-77.

SILVA, J. M. C.; BARBOSA, L. C. F.; LEAL, I. R.; TABARELLI, M. The Caatinga: Understanding the Challenges. In: SILVA, J. M. C.; LEAL, I. R.; Tabarelli, M. (Ed). Caatinga: The Largest Tropical Dry Forest Region in South America. Cham: Springer, e-book, 2017. p. 3-19. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-68339-3_1

SILVA, V. P. R. On climate variabilityin Northeast of Brazil. Journal of Arid Environments, London-England, v. 58, n. 4, p. 575-596, sep. 2004. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2003.12.002.

TRAVASSOS, I. S.; SOUZA, B. I. Os negócios da lenha: indústria, desmatamento e desertificação no Cariri paraibano. GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, v.18, n.2, p.329-340, set. 2014. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2014.84536

TROPPMAIR, H. Biogeografia e meio ambiente. 5. ed. Rio Claro/SP: Divisa, 2002. 195p.

VARGAS, K. B.; SANTO, T. D.; MIOLA, D. T. B. O uso de pirâmides de vegetação para a representação gráfica da mata ciliar do Córrego Água Pequena, Realeza, PR. Fórum Ambiental da Alta Paulista, Tupã-SP, v. 11, n. 1, p. 47-61, 2015. DOI: https://doi.org/10.17271/19800827110120151072

VIEIRA, A. G. T.; TEIXEIRA, G. S. S.; OLIVEIRA, R. F.; SILVA, J. I. S.; ARAÚJO, M. S. L. C. Levantamento da diversidade de angiospermas do Vale do riacho São José Caetés, Agreste pernambucano. In: Congresso nordestino de biólogos, 7., 2017, João Pessoa. Anais... João Pessoa: Rede Brasileira de Informações Biológicas, p. 202-209, 2017. ISSN 2446-4716.

Downloads

Publicado

08/16/2023

Como Citar

Severo Chaves, A. M., Gomes Teixeira Vieira , A. ., & Melo & SOUZA, R. . (2023). REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA VEGETAÇÃO DA BACIA DO RIACHO SÃO JOSÉ NA PORÇÃO SEMIÁRIDA DO AGRESTE PERNAMBUCANO. Revista Espaço E Geografia, 26. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/43940

Edição

Seção

Artigos