MOBILIDADE E MULTIESCALARIDADE: A MIGRAÇÃO COREANA NO CEARÁ

Autores

  • Denise Cristina Bomtempo Universidade Estadual do Ceará (UECE) Profa. Adjunta dos cursos de Graduação em Geografi a e do Programa de Pos Graduação em Geografi a Coordenadora do Laboratório de Estudos Agrários, Urbanos e Populacionais (LEAUP)
  • Wesley Almeida Barbosa Universidade Estadual do Ceará (UECE) Geógrafo (Bacharel), Pesquisador do Laboratório de Estudos Agrários, Urbanos e Populacionais (LEAUP)

Palavras-chave:

multiescalaridade, coreanos, Ceará, investimentos

Resumo

A mobilidade e a migração, inseridas num contexto de globalização, congrega dinâmicas socioespaciais que redimensionam o signifi cado e conteúdo dos lugares e territórios. A migração sul-coreana pode ser lida como exemplo. No Brasil, a migração coreana foi registrada em São Paulo (década de 1960). Os migrantes se dedicaram às atividades agrícolas e industriais, sobretudo do ramo de confecções. Todavia, o maior volume de migrantes no território brasileiro foi notado na segunda década do século XXI, em espaços não tradicionais de presença de migrantes internacionais, a saber, a Região Metropolitana de Fortaleza - RMF. A partir da busca de referenciais teóricos, levantamento de informações, dados secundários e da validação empírica, foi possível constatar que a presença dos migrantes coreanos no Ceará teve como causa principal a instalação de grandes investimentos de capital coreano, que por sua vez mobilizaram um contingente de mão-de-obra originária do país em foco. Diante do exposto, o intuito deste texto é compreender a trajetória e as territorialidades da migração coreana no estado do Ceará, do ponto de vista do trabalho da moradia e do lazer.

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Publicado

01/21/2022

Como Citar

Bomtempo, D. C. ., & Almeida Barbosa, W. . (2022). MOBILIDADE E MULTIESCALARIDADE: A MIGRAÇÃO COREANA NO CEARÁ. Revista Espaço E Geografia, 22(1), 249–283. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/40164

Edição

Seção

Artigos