USO DO ESPAÇO VERTICAL POR PEQUENOS MAMÍFEROS NO PARQUE NACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS, RJ: UM ESTUDO DE 10 ANOS UTILIZANDO TRÊS MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

Autores/as

  • Jayme Augusto Prevedello Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados
  • Paula Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados
  • Bernardo Silveira Papi 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados
  • Diogo Loretto Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados
  • Marcus Vinícius Vieira Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados

Palabras clave:

Carretel de rastreamento, comunidade de pequenos mamíferos, estudos de longo prazo, marcação e recaptura, Mata Atlântica, ninhos artificiais

Resumen

O estudo avaliou o uso dos estratos da floresta pelas espécies de pequenos mamíferos através de três métodos de amostragem: armadilhas de captura viva, ninhos artificiais e carretel de rastreamento. Nas armadilhas e com esforço total de 69.525 armadilhas-noites (17.550 no dossel), houve 2.759 capturas de 1.172 indivíduos de 15 espécies, sendo oito espécies de marsupiais e sete de roedores. Nos ninhos, com esforço total de 6.018 verificações, foram registrados 71 indivíduos pertencentes a seis espécies. Foram mapeados com carretel de rastreamento aproximadamente 53.000 m de linha em 403 caminhos de 272 indivíduos, de quatro espécies de marsupiais. A amostragem do dossel foi imprescindível para a caracterização adequada da estrutura da comunidade, principalmente quanto às abundâncias relativas das espécies. Os diferentes métodos de amostragem foram complementares em seus resultados, cada um com vantagens e limitações para o estudo da estratificação vertical de pequenos mamíferos. A análise conjunta dos dados revelou que a comunidade de pequenos mamíferos do Garrafão apresenta marcada estratificação vertical, mas o uso dos estratos da floresta por pequenos mamíferos é mais complexo e sofisticado que a simples classificação por estrato utilizado. Algumas espécies usam predominantemente o solo ou dossel, mas apenas estes extremos são detectados pelas armadilhas. Este método por si só não é capaz de detalhar o uso do sub-bosque e mesmo do dossel por espécies predominantemente terrestres ou semiterrestres.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ALVARENGA, C. A. & TALAMONI, S. A. (2006). Foraging behavior of the Brazilian squirrel Sciurus aestuans Linnaeus, 1776 (Rodentia, Sciuridae). Acta Theriologica, 51 (1): 69-74.

ANTUNES, V. Z. (2003). Comportamento postural e locomotor ao escalar de sete espécies de marsupiais (Didelphimorphia) da Mata Atlântica. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

AUGUST, P. V. (1983). The role of habitat complexity and heterogeneity in structuring tropical mammal communities. Ecology, 64: 1495-1507.

BARRY, R. E.; BOTJE, M. A. & GRANTHAM, L. B. (1984). Vertical stratification of Peromyscus leucopus e P. maniculatus in Southwestern Virginia. Journal of Mammalogy, 65 (1): 145-148.

BOONSTRA, R. & CRAINE, T. M. (1986). Natal nest location and small mammal tracking with a spool and line technique. Canadian Journal of Zoology, 64: 1034-1036.

BRIANI, D.; VIEIRA, E. M. & VIEIRA, M. V. (2001). Nests and nesting sites of Brazilian forest rodents (Nectomys squamipes and Oryzomys intermedius) as revealed by a spool-and-line device. Acta Theriologica, 46: 331-334.

CARTMILL, M. (1974). Pads and claws in arboreal locomotion. In: JENKINS JUNIOR, F. A. (Ed.). Primate Locomotion. New York: Academic Press, p. 43-83.

CHARLES-DOMINIQUE, P.; ATRAMENTOWICZ, M.; CHARLES-DOMINIQUE, M.; GÉRARD, H.; HLADIK, A.; HLADIK, C. M. & PRÉVOST, M. F. (1981). Les mammiferes frugivores arboricoles nocturnes d‘une foret guyanaise: inter-relations plantesanimaux. Revue d’ Ecologie (Terre Vie), 35: 341-435.

CHARLES-DOMINIQUE, P. (1983). Ecology and social adaptations in didelphid marsupials. Comparison with eutherians of similar ecology. Special Publications of American Society of Mammalogy, 7: 95-422.

CUNHA, A. A. & VIEIRA, M. V. (2002). Support diameter, incline, and vertical movements of four didelphid marsupials in the Atlantic Forest of Brazil. Journal of Zoology (London), 258: 419-426.

CUNHA, A. A. & VIEIRA, M. V. (2005). Age, season, and vertical use of the Atlantic rainforest by the common opossum, Didelphis aurita Wied 1826. Acta Theriologica, 50: 551-560.

EISENBERG, J. F. E. & KENT, H. R. (2000). Mammals of the Neotropics: Ecuador, Bolivia, Brazil. Volume 3. Chicago: Univeristy of Chicago Press. 624 p.

EMMONS, L. H. & FEER, F. (1997). Neotropical rainforest mammals: a field guide. Chicago: Univeristy of Chicago Press. 307 p.

GRAIPEL, M. E. (2003). A simple ground-based method for trapping small mammals in the forest canopy. Mastozoología Neotropical, 1 (10): 177-181.

GRELLE, C. E. V. (2003). Forest structure and vertical stratification of small mammals in a secondary Atlantic Forest, Southeastern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and Environment, 38: 81-85.

IBAMA. (2003). Anexo à instrução normativa n° 3 de 27 de maio de 2003 do Ministério do Meio Ambiente. Lista das espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

LEITE, Y. L. R.; COSTA, L. P. & STALLINGS, J. R. (1996). Diet and vertical space use of three sympatric opossums in a Brazilian Atlantic Forest reserve. Journal of Tropical Ecology, 12: 441-445.

LORETTO, D. (2005). O uso de ninhos artificiais no estudo comportamental de pequenos marsupiais arborícolas. Boletim da Sociedade Brasileira de Mastozoologia, 44: 3 - 5.

LORETTO, D. (2006). Demografia e seleção de habitat de marsupiais arborícolas neotropicais com o uso de ninhos artificiais. 126 p. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

LORETTO D. & VIEIRA M. V. Use of space by the marsupial Marmosops incanus (Didelphimorphia, Didelphidae) in the Atlantic Forest, Brazil. Mammalian Biology. No prelo. LORETTO, D. & VIEIRA, M. V. (2005). The effects of reproductive and climatic seasons on movements in the black-eared opossum (Didelphis aurita Wied-Neuwied, 1826). Journal of Mammalogy, 86: 287-293.

MACEDO, J.; LORETTO, D.; MELLO, M. C. S.; FREITAS, S. R.; VIEIRA, M. V. & CERQUEIRA, R. (2007). História Natural dos mamíferos de uma área perturbada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro, Brasil. In: CRONEMBERGER, C. & DE CASTRO E.B.V. (ORGS). Ciência e Conservação da Serra dos Órgãos. Brasília: IBAMA. 165-182 p.

MALCOLM, J. R. (1991). Comparative abundances of neotropical small mammals by trap height. Journal of Mammalogy, 72: 188-192.

MALCOLM, J. R. (1995) Forest structure and the abundance and diversity of neotropical small mammals”, In: Lowman M. D. e Nadkarni (Eds). Forest Canopies. EUA: Academic Press. 179-197 p.

MILES, M. A.; SOUZA, A. A. & PÓVOA, M. M. (1981). Mammal tracking and nest location in Brazilian forest with an improved spool-and-line device. Journal of Zoology (London), 195: 331-347.

NIMER, E. (1989). Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. 421 p.

NOWAK, R. M. (1999). Walker’s Mammals of the World. Maryland: The Johns Hopkins University Press. 2015 p.

OLIVEIRA, R. R. (2002). Ação antrópica e resultantes sobre a estrutura e composição da Mata Atlântica na Ilha Grande, RJ. Rodriguésia, 53: 33-58.

PALMA, A. R. T. (1996). A separação de nichos entre pequenos mamíferos da Mata Atlântica, Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas

PASSAMANI, M. (1995). Vertical stratification of small mammals in Atlantic Hill Forest. Mammalia, 59: 276-279.

REDE DE ONGS DA MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL; SOCIEDADE NORDESTINA DE ECOLOGIA. (2001). Dossiê Mata Atlântica 2001: Projeto Monitoramento Participativo da Mata Atlântica. São Paulo: Instituto Socioambiental. 407 p.

RIZZINI, C. T. (1979). Tratado de fitogeografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 374p.

TABARELLI, M. & MANTOVANI, W. (1999). A regeneração de uma floresta tropical montana após corte e queima (São Paulo-Brasil). Rev. Bras. Biol., 59: 239-250.

TUBELIS, D. P. (2000). Aspects of the breeding biology of the gracile mouse opossum Gracilinanus microtarsus in a second growth forest in Southeastern Brazil. Papéis Avulsos do Museu de Zoologia da USP, 41: 173-185.

UMETSU, F.; NASHARA, L. & PARDINI, R. (2006). Evaluating the efficiency of pitfall traps for sampling small mammals in the neotropics. Journal of Mammalogy, 4 (87): 757-765.

VIEIRA, E. M. (2006). Padrões de uso vertical do hábitat por marsupiais brasileiros. In: NÍLTON C. CÁCERES; EMYGDIO L. A. MONTEIRO-FILHO. (Org.). Os Marsupiais do Brasil: Biologia, Ecologia e Evolução. Campo Grande: Editora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 217-228 p.

VIEIRA, M. V. & LORETTO, D. (2004). Protocolo para estudo de movimentos animais com carretel de rastreamento. Boletim da Sociedade Brasileira de Mastozoologia, 41: 2-3.

VIEIRA, E. M. & MONTEIRO-FILHO, E. L. A. (2003). Vertical stratification of small mammals in the Atlantic rain forest of Southeastern Brazil. Journal of Tropical Ecology, 19: 501- 507.

WALTER, H. (1986). Vegetação e zonas climáticas: tratado de ecologia global. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária. 325 p.

Publicado

2022-01-21

Cómo citar

Augusto Prevedello, J. ., Ferreira, P. ., Silveira Papi, B. ., Loretto, D. ., & Vieira, M. V. . (2022). USO DO ESPAÇO VERTICAL POR PEQUENOS MAMÍFEROS NO PARQUE NACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS, RJ: UM ESTUDO DE 10 ANOS UTILIZANDO TRÊS MÉTODOS DE AMOSTRAGEM. Revista Espacio Y Geografía, 11(1), 35–58. Recuperado a partir de https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/39814

Número

Sección

Articulo