Análise espacial de gastroenterite em crianças menores de cinco anos na Paraíba, Brasil, 2010-2017

Autores

  • Adriana Nascimento Gomes Universidade Federal da Paraíba
  • Ricardo Sousa Soares Universidade Federal da Paraíba
  • Ronei Marcos de Moraes Universidade Federal da Paraíba
  • Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Análise Espacial, Atenção Primária à Saúde, Hospitalização, Gastroenterite, Estudos Ecológicos

Resumo

A gastroenterite é uma comorbidade que afeta crianças principalmente de países pobres e em desenvolvimento, em moradias sem saneamento básico adequado e com condições de higiene precárias, além de habitarem em regiões geográficas com baixo índice pluviométrico, como é o caso da Paraíba localizada na região mais seca do Brasil, o Nordeste. Objetivo: Analisar geograficamente os aglomerados espaciais das internações por gastroenterite em crianças menores de cinco anos de idade no estado da Paraíba, de 2010 - 2017. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo de abordagem quantitativa, cujos dados utilizados para análise são referentes ao número de internações por gastroenterite nos municípios da Paraíba, correspondem ao período de 2010 a 2017. Baseado no Sistema de Informação Geográfica, foi utilizado o método de estatística Scan espacial para identificação de aglomerados significativos através simulação de Monte Carlo, também foram elaborados mapas de Razão de Incidências Espacial da população sob risco. Resultados: Foram contabilizados 3.901 casos de gastroenterite, com redução de 63,3% da taxa de incidência de 2010 (19,9) para 2017 (7,23). Os aglomerados espaciais significativos estavam dispersos na região geográfica, sendo identificadas áreas de risco no oeste, centro, norte e sudeste do Estado, com maior concentração nas mesorregiões do Sertão e do Agreste. Conclusão: A análise geográfica espacial de gastroenterite em crianças menores de cinco anos na Paraíba identificaram aglomerados espaciais persistentes em áreas de risco elevadas no Agreste e no Sertão paraibano durante todo o período analisado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Nascimento Gomes, Universidade Federal da Paraíba

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde

Ricardo Sousa Soares, Universidade Federal da Paraíba

Doutor em Modelos de Decisão e Saúde

Ronei Marcos de Moraes, Universidade Federal da Paraíba

Professor do Programa de de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde

Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna, Universidade Federal da Paraíba

Professor do Programa de de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde

Referências

ABRAMS, A.; KLEINMAN, K.; KULLDORFF, M. (2009) Gumbel based p-value approximations for spatial scan statistics. International Journal Health Geographics, v. 9, p. 1-12, 2010. https://doi.org/10.1186/1476-072X-9-61

ALFRADIQUE, M.E. et al. (2009)Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária - Brasil). Cadernos de Saúde Pública, v. 25. n. 6, p. 1337-1349, 2009. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000600016.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Caderno de diretrizes, objetivos, metas e indicadores de 2013-2015 – Edição. 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_diretrizes_objetivos_2013_2015. Acesso em: 02 fev. 2020.

BOGALE, G. G. et al. (2017) Spatial patterns of childhood diarrhea in Ethiopia: data from Ethiopian demographic and health surveys (2000, 2005, and 2011). BMC Infectious Diseases, v. 17, p. 426-427, 2017. https://doi.org/10.1186/s12879-017-2504-8.

BRIGGS, D. J.; ELLIOTT, P. (1995) The use of geographical information systems in studies on environment and health. World health statistics quarterly, v. 48, n. 2, p. 85, 1995. https://apps.who.int/iris/handle/10665/53288

BÜHLER, H. F. et al. (2014) Análise espacial de indicadores integrados de saúde e ambiente para morbimortalidade por diarreia infantil no Brasil, 2010. Cadernos de Saúde Pública, v. 30, n. 9, p. 1921-1934, 2014. https://doi.org/10.1590/0102-311X00078013.

CÂMARA, G. et al. (2004) Análise espacial e geoprocessamento: análise espacial de dados geográficos. Brasília: EMBRAPA; 2004.

CARVALHO, M. S.; SANTOS, R. S. (2005) Análise de dados espaciais em saúde pública: métodos, problemas, perspectivas. Cadernos de Saúde Pública, v. 21, n. 2, 2005. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000200003.

COSTA, M. A.; ASSUNÇÃO, R. M. (2003)A fair comparison between the spatial scan and the Besag-Newell disease clustering tests. Environmental and Ecological Statistics, v. 12, p. 301-319, 2003. https://doi.org/10.1007/s10651-005-1515-6

DAMASCENO, N. P.; KHAN, A. S.; LIMA, P. V. P .S. (2018) Desempenho da saúde pública no semiárido brasileiro. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 9, n. 5, p. 171–187, 2018.

DATASUS - Ministério da Saúde (BR). Informações de Saúde (Tabnet). Estatísticas vitais. 2020. Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index. php?area=0205. Acesso em: 10 dez. 2020.

DUNN, G.; JOHNSON, G. D. (2018) The Geo-Spatial Distribution of Childhood Diarrheal Disease in West Africa, 2008-2013: A Covariate-Adjusted Cluster Analysis. Spatial and Spatio-temporal. Epidemiology, v. 26, p. 127-141, 2018. https://doi.org/10.1016/j.sste.2018.06.005

EDWIN, P.; AZAGE, M. Geographical Variations and Factors Associated with Childhood Diarrhea in Tanzania: A National Population Based Survey 2015-16. Ethiopian Journal of Health Sciences, v. 29, n. 4, p. 513, 2017. http://dx.doi.org/ 10.4314/ejhs.v29i4.13.

ELLIOT, P.; WARTENBERG, D. (2004) Spatial epidemiology: current approaches and future challenges. Environmental Health Perspectives, v. 112, n. 9, p. 998-1006, 2004. https://doi.org/10.1289/ehp.6735

FRANÇA, E. B. et al. (2017) Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global de Doença. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 20, supl. 1, p. 46-60, 2017. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050005.

FREITAS, L. R. S.; DUARTE, E. C.; GARCIA, L. P. (2017) Análise da situação epidemiológica da hanseníase em uma área endêmica no Brasil: distribuição espacial dos períodos 2001-2003 e 2010-2012. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 20, n. 4, p. 702-13, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700040012.

FUCKNER, M. A. Estudo dos Padrões Espaço-temporais de Ocorrência da Diarreia no Semiárido Brasileiro. 2015 Tese (Programa de Doutorado em Geografia). Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Brasília, 2015.

GILI, J. A. et al. (2016) Descriptive analysis of high birth prevalence rate geographical clusters of congenital anomalies in South America. Birth Defects Research part a Clinical and Molecular Teratology, v. 106, n. 4, p. 257-66, 2016. http://dx.doi.org/10.1002/bdra.23481. PMid:26887535).

GOODCHILD, M. (2992) Geographical Data Modeling. Computers & Geosciences, v.8, n. 4, p. 401-408, 1992.

HOLMES, D.C.S.C.; MORAES, R.M.; VIANNA, R.P.T. A Rule for Combination of Spatial Clustering Methods. In: Anais The Seventh International Conferences on Pervasive Patterns and Applications; 2015, Nice, França. Proceedings of the Seventh International Conferences on Pervasive Patterns and Applications. 2015. Disponível em: http://www.thinkmind.org/index.php?view=article&articleid=patterns_2015_3_20_70053. Acesso em: 23 mai 2020.

HU, Y.; WANG, F. (2015) Decomposing excess commuting: a Monte Carlo simulation approach. Journal of Transport Geography, v. 44, p. 43-52, 2015.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Semiárido Brasileiro: situação 23 nov 2017. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/15974-semiarido-brasileiro.html?=&t=downloads>. Acesso em: 20 ago. 2019.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Portal dos Mapas. [Internet]. 2020 [citado 2020 Dez 20]. Disponível em: https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#homepage. Acesso em: 20 dez. 2020.

KULLDORFF, M.; Nagarwalla, N. (1995) Spatial disease clusters: detection and inference. Statistics in Medicine, v. 14, p. 799-810, 1995. https://doi.org/10.1002/sim.4780140809

LAMBERTI, L. M; FISCHER WALKER, W. C. L.; BLACK, R. E. (2012) Systematic review of diarrhea duration and severity in children and adults in low- and middle-income countries. BMC Public Health, v. 12, p. 276, 2012. https://doi.org/10.1186/1471-2458-12-276.

LAROCQUE, R.; PIETRONI, M. (2018) Approach to the adult with acute diarrhea in resource-limited countries. Waltham: UpToDate; 2018.

LIMA, L. M. M. et al. (2019) A new combination rule for Spatial Decision Support Systems for epidemiology. International Journal Health Geographics, v. 18, n. 25, 2019. https://doi.org/10.1186/s12942-019-0187-7.

LIMA, L. M. M.; VIANNA, R. P. T.; MORAES, R. M. (2019) Spatial and Spatio-temporal Analysis of Congenital Malformations of Nervous System in the State of Paraíba from 2010 to 2016. Journal Human Growth Development, v. 29, n. 2, p. 169-176, 2019b. http://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9416

MELO, J. C. S.; MELO, A. C. O.; MORAES, R. M. Comparação dos métodos scan circular e flexível na detecção de aglomerados espaciais de dengue. In: 1ª ESCOLA DE INFORMÁTICA TEÓRICA E MÉTODOS FORMAIS, 2016. Natal: UFRN. Anais: artigo completo. p. 1-9.

MENDES, R. V. et al. (2015) Distribuição Espacial e Geoprocessamento de Pacientes com Fissura Labiopalatina na Cidade de Imperatriz, Maranhão, Brasil. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 19, n. 4, p. 261-268, 2015. http://dx.doi.org/10.4034/RBCS.2015.19.04.02.

MORAES, R. M.; NOGUEIRA, J. A.; SOUSA, A. C. A. (2014) A New Architecture for a Spatio-Temporal Decision Support System for Epidemiological Purposes. In: 11th International FLINS Conference on Decision Making and Soft Computing. Anais... João Pessoa (Brasil): FLINS 2014, p. 17-23.

OSEI, F. B.; STEIN, A. (2017)Spatial variation and hot-spots of district level diarrhea incidences in Ghana: 2010–2014. BMC Public Health, v. 17, p. 617, 2017. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-017-4541-z.

PARAÍBA. Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba - IDEME. Serviços. Mapas temáticos. 2016. Disponível em: https://ideme.pb.gov.br/servicos/mapas-tematicos. Acesso em: 18 jul. 2020.

PINTO, M. M. P. S. et al. (2019) Análise comparativa de métodos de aglomeração espacial para estudos epidemiológicos. Revista Espaço e Geografia, v. 22, n. 1, p. 683:706, 2019. ISSN: 1516-9375.

R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing,(2020). Vienna, Austria. URL: https://www.R-project.org/.

REZENDE, C. F. et al. (2015) Rede de saúde auditiva: uma análise espacial. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 81, n. 3, p. 232-239, 2015. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.01.003

RIBEIRO, M. G.; ARAÚJO FILHO, A. C. A.; ROCHA, S. S. (2019) Hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária em crianças do Nordeste Brasileiro. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 19, n. 2, p. 499-506, 2019. https://doi.org/10.1590/1806-93042019000200013.

RUFINO, R. et al. (2016) Surtos de diarreia na região Nordeste do Brasil em 2013, segundo a mídia e sistemas de informação de saúde – Vigilância de situações climáticas de risco e emergências em saúde. Ciência Saúde Coletiva, v. 21, n. 3, p. 777-788, 2016. https://doi.org/10.1590/1413-81232015213.17002015

SÁ, L. R. et al. (2020) New Combining Rules for Spatial Clustering Methods Using Sigma-Count for Spatial Epidemiology. In: The 2020 International Conference on Decision Aid Sciences and Applications (DASA), 2020, Sakheer, Bahrain, Anais eletrônicos. São Paulo. 2020. p. 794-800. Disponível em: https://doi.org/10.1109/DASA51403.2020.9317161. Acesso em: 12 jan. 2021.

SÁ, L. R.; NOGUEIRA, J. A.; MORAES, R. M. (2015) Modelo de decisão sobre o perfil demográfico para o controle da tuberculose usando lógica fuzzy. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 17, n. 2, p. 223-37, 2015. http://dx.doi.org/10.5216/ree.v17i2.27643.

SANTOS, A. L.; RIGOTTO, R. M. (2011) Território e territorialização: incorporando as relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde. Trabalho, Educação e Saúde, v. 8, n. 3, p. 387-406, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1981-77462010000300003.

SOUZA, P.R. et al. (2020) Índice de Território Saudável e Sustentável dos municípios do semiárido brasileiro. Cadernos de Saúde Pública. v. 36, n. 11, e00200020, 2020. https://doi.org/10.1590/0102-311X00200020.

THOMAS, A.; CARLIN, B. (2003) Late detection of breast and colorectal cancer in Minnesota conties: an application of spatial smoothing and clustering. Statistics in Medicine, v. 22, p. 113-127, 2003. https://doi.org/10.1002/sim.1215

Downloads

Publicado

07/11/2022

Como Citar

Gomes, A. N., Soares, R. S., Moraes, R. M. de, & Vianna, R. P. de T. (2022). Análise espacial de gastroenterite em crianças menores de cinco anos na Paraíba, Brasil, 2010-2017. Revista Espaço E Geografia, 25(1). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/39671

Edição

Seção

Artigos