Ecologia da língua: algumas perspectivas evolutivas
Mots-clés :
ecologia da língua; evolução; meio ambiente social.Résumé
O principal objetivo deste artigo é mostrar que conceitos desenvolvidos originalmente por biólogos para organismos e espécies em seus habitats naturais podem ser estendidos para explicar o destino das línguas em seus meios ambientes sociais, sobretudo no estudo da evolução linguística, que não tem uma teleologia. As línguas nascem, crescem e morrem, como dizia Schleicher no final do século XIX, porém, não como organismos, mas como espécies, no caso, espécie parasita ou viral, pois elas só existem no hospedeiro humano. Mostra-se a importância da variação no interior da língua, que é uma extrapolação da população de idioletos. Trabalha-se com os conceitos de seleção e competição, no sentido socioeconômico, de como as línguas são classificadas no espaço-tempo, em termos de prestígio socioeconômico. Nem sempre uma língua expulsa outra, há uma divisão de trabalho, como as línguas francas, usadas principalmente nas regiões em que os invasores europeus dominaram, dificilmente onde eles não têm nenhuma influência. Os indivíduos e as populações fazem parte dos fatores ecológicos que afetam as línguas. Aí se inclui a mente, um fator diferenciador dos humanos em relação aos demais animais. Por fim, o artigo adota a distinção entre ecologia externa e ecologia interna da língua, embora não no sentido da linguística histórica. Toda mudança é motivada externamente. O que acontece internamente são rearranjos, pelo processo conhecido como regramaticalização.
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