Contato linguístico no Brasil quinhentista: uma análise ecolinguística
Mots-clés :
Linguística Ecossistêmica; Historiografia Linguística; Brasil quinhentista; Línguas indígenas; Língua portuguesa.Résumé
Consiste o presente artigo em estudo sobre o contato linguístico, em perspectiva histórica e diacrônica, no Brasil quinhentista, tema interdisciplinar entre a Historiografia Linguística (HL) e a Ecolinguística (EL) (SWIGGERS, 2013). Para esse intuito, temos como objeto de análise a descrição da primeira tentativa de contato linguístico registrada na Carta de Pero Vaz de Caminha (CORTESÃO, 1967), cujo relato da manhã do dia 23 de abril de 1500, quinta-feira, apresenta a interação inicial entre os navegadores e os indígenas Tupiniquim na costa do Brasil (BUENO, 2016). Como fundamentação teórica de análise, nos valemos da EL, da HL e da Análise do Discurso Ecológica (ADE). Já como método nos valemos da Crítica Textual (CT), a fim de analisar excerto do documento em sua forma original quinhentista. Analisamos, por fim, a questão das línguas de contato e a linguagem preconceituosa, na descrição dos povos indígenas (COUTO, 2007; 2015), como um tópos da retórica (SWIGGERS, 2013) dos documentos históricos sobre a colonização linguística no Brasil.
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