An ecolinguistic perspective on the discourse of the Corona Virus

Auteurs-es

  • Richard J. Alexander Vienna University of Economics and Business Administration

Mots-clés :

Discurso; pandemia; governo; lockdown; povo; metáforas.

Résumé

Partindo de uma abordagem ecolinguística o artigo analisa as mudanças em nossas vidas causadas pela pandemia do coronavirus e como as pessoas estão falando do assunto pelo mundo afora. As falas dos políticos e do governo mudaram muito rapidamente para se acomodarem à nova situação. Usando uma linguagem forte, os governos mandaram seus governados ficarem em casa e manter ‘distância social’, para prevenir a disseminação da doença. Com muita rapidez, falas ‘médicas’ sobre o mal e a doença passaram a fazer parte do domínio público e foram usadas por politicos. Especialistas médicos como virologistas e epidemiologistas acompanharam políticos nos meios de comunicação mostrando gráficos e curvas para explicar o que estava se passando.
As falas incluíam metáforas dramáticas, como metáforas de guerra e de desastres, tais como inundações, vagalhões e casas em chamas para caracterizar o modo como observadores viam o que estava acontecendo. Frequentemente mencionavam-se números e imagens. A todo dia os discursos eram recheados de frases e termos médicos e epidemiológicos. O discurso da pandemia parece com a ‘hegemonia’ de Gramsci. A força dominadora da pandemia fez de todos nós parte dessa nova hegemonia. Encontros diários sobre a pandemia enchiam a mídia e a TV. Uma crise como esta representa um tempo favorável para o ‘bom’ jornalismo, especialmente de natureza investigativa. Os governos justificam suas ações alegando que estavam seguindo os conselhos de especialistas científicos. A tendência dos acadêmicos de se colocarem à disposição do governo é um fenômeno bem conhecido, uma forma de cooptação linguística.
Governos de todos os matizes deixaram a ortodoxia de lado. Falando de modo a favorecer o lockdown começaram a mudar de discurso. A chanceler alemã Angela Merkel advertiu que a Alemanha corria o risco prejudicar os ganhos obtidos para domar a proliferação da covid-19. A pandemia é uma ideia que existe em nosso discurso social e no que dizemos sobre um fenômeno realmente existente como realidade física externa. A tessitura da vida quotidiana e da sociedade parece instável, como acontece com a posição dos humanos no mundo. Com os avanços da globalização o risco de doenças infecciosas se espalha. Algumas pessoas veem a pendamia como um pontinho na tela, não como uma parte integrante da história. Elas gostam de acreditar que os humanos não são mais parte do mundo natural e podem criar um ecossistema autônomo, separado do resto da biosfera. O comentário de Engels sobre a arrogância humana de achar que pode conquistar a natureza pode servir como uma exemplo de advertência. Em termos ecológicos precisamos aceitar de modo não hierárquico todas as espécies, inclusive os humanos como co-habitantes do mundo natural. Isso não será fácil.

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Biographie de l'auteur-e

Richard J. Alexander, Vienna University of Economics and Business Administration

Inglês de nascimento, tendo estudado em Cambridge e Londres. Desde os 25 anos de idade tem exercido atividades de docência e pesquisa na Finlândia, Itália, Alemanha e Inglaterra. É professor de inglês comercial na Universidade de Economia de Viena desde 1994. Foi coorganizador de um simpósio sobre língua e ecologia no encontro da AILA em Amsterdam (1993) e de outro em Jyväskylä, Finlândia, em 1996. Suas áreas de interesse incluem léxico, fraseologia, a linguagem da economia, humor verbal e o ensino e aprendizagem de inglês comercial, além de ecolinguística. Tem contribuído com a maioria das coletâneas ecolinguística. Seu principal livro é Framing discourse on the envionment: A critical discourse approach (2009).

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Publié-e

2020-12-19

Comment citer

Richard J. Alexander. (2020). An ecolinguistic perspective on the discourse of the Corona Virus. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 6(4), 19–37. Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/35672

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