Sonhos de consumo, fé no paraíso e funk ostentação: o videoclipe como altar sacrificial

Autores

  • Sionelly Leite UFPR
  • Hertz de Camargo UEL/UFPR/ECCOS

Palavras-chave:

Funk ostentação. Comunicação. Imaginário. Arquétipo. Antropologia do Consumo.

Resumo

o funk brasileiro é um ritmo que se mistura a experiências fundadas em aspectos paradoxais. Um dos subgêneros mais populares é o funk ostentação, que teve o videoclipe como palco para o sucesso, lugar onde podemos ver símbolos da vida social em atividade, e, assim, chegar a uma arquetipologia desse estilo. Para isso, o percurso teórico desta tese (em andamento) deverá tratar do imaginário sobre o consumo, funk e periferia. A questão central investiga qual tipo de paraíso o funk ostentação vem construindo nos videoclipes, e para isso será necessário: a) classificar os elementos visuais nas narrativas dos videoclipes do funk ostentação; b) investigar, pela análise fílmica, a construção imaginária da periferia sobre consumo; e c) analisar as relações entre funk, consumo e periferia. Pretende-se adotar o método de pesquisa qualitativo, partindo da a) revisão bibliográfica; b) análise de conteúdo (AC), com base na literatura de Laurence Bardin, e c) para a metodologia de análise, é possível pensar na análise fílmica de 30 videoclipes lançados na plataforma digital YouTube entre os anos 2011 e 2020, com mais visualizações. A tese tratará da Antropologia do consumo, com Everardo Rocha; além de Gilles Lipovetsky, que traz à discussão a sociedade do hiperconsumo e a felicidade paradoxal. Para os estudos arquetípicos, cruzaremos conceitos importantes, como mito, com Joseph Campbell, e arquétipo, com Carl Jung.

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Biografia do Autor

Sionelly Leite , UFPR

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela UFPR (PPGCOM-UFPR). E-mail: sionelly@gmail.com.

Hertz de Camargo , UEL/UFPR/ECCOS

Doutor em Estudos da Linguagem pela UEL. Professor do PPGCOM-UFPR. E-mail: hertzwendel@gmail.com.

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

Leite , S. ., & Camargo , H. de . (2021). Sonhos de consumo, fé no paraíso e funk ostentação: o videoclipe como altar sacrificial. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 7(3), 165–175. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/41401

Edição

Seção

Artigos