Sonhos de consumo, fé no paraíso e funk ostentação: o videoclipe como altar sacrificial
Palavras-chave:
Funk ostentação. Comunicação. Imaginário. Arquétipo. Antropologia do Consumo.Resumo
o funk brasileiro é um ritmo que se mistura a experiências fundadas em aspectos paradoxais. Um dos subgêneros mais populares é o funk ostentação, que teve o videoclipe como palco para o sucesso, lugar onde podemos ver símbolos da vida social em atividade, e, assim, chegar a uma arquetipologia desse estilo. Para isso, o percurso teórico desta tese (em andamento) deverá tratar do imaginário sobre o consumo, funk e periferia. A questão central investiga qual tipo de paraíso o funk ostentação vem construindo nos videoclipes, e para isso será necessário: a) classificar os elementos visuais nas narrativas dos videoclipes do funk ostentação; b) investigar, pela análise fílmica, a construção imaginária da periferia sobre consumo; e c) analisar as relações entre funk, consumo e periferia. Pretende-se adotar o método de pesquisa qualitativo, partindo da a) revisão bibliográfica; b) análise de conteúdo (AC), com base na literatura de Laurence Bardin, e c) para a metodologia de análise, é possível pensar na análise fílmica de 30 videoclipes lançados na plataforma digital YouTube entre os anos 2011 e 2020, com mais visualizações. A tese tratará da Antropologia do consumo, com Everardo Rocha; além de Gilles Lipovetsky, que traz à discussão a sociedade do hiperconsumo e a felicidade paradoxal. Para os estudos arquetípicos, cruzaremos conceitos importantes, como mito, com Joseph Campbell, e arquétipo, com Carl Jung.
Downloads
Referências
ABDALLA, C C. Rolezinho pelo funk ostentação: um retrato da identidade do jovem da periferia paulistana. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2014, 102f.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BELO, R F. O bonde passou: videoclipes de funk ostentação e o mercado musical brasileiro na Internet. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Territorialidades) Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Artes, Vitória, 2016, 136f.
BOMFIM, C. Funk paulista troca violência por luxo. VejaSP, 2017. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/funk-ostentacao-paulista/> Acesso em: 23/01/2021 às 16h28.
CAMPBELL, J. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.
CORBO, W; FRID, M; ROCHA, E. O paraíso do consumo: Émile Zola, a magia e os grandes magazines. Rio de janeiro: Editora Mauad, 2016.
CORREA, L. Videoclipe: potencialidade da experimentação de linguagens no campo do audiovisual. 2008. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/centrooeste2008/resumos/R11-0100-1.pdf> Acesso em: 10/01/2021 às 21h.
FIOTI, Mc. Bum Bum Tam Tam. São Paulo: Kondzilla, 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_P7S2lKif-A> Acesso em: 31/01/2021.
_______. Vacina Butantan. São Paulo: Kondzilla, 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yQ8xJHuW7TY> Acesso em: 31/01/2021.
GIL, A C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.
JUNG, C G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 11ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
LUZ, A S. Proibidão e ostentação: a simbólica do funk. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Informação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017, 101f.
MALDONADO, H. Funk ostentação: a brincadeira que virou fábrica de milionários. R7, 2019. Disponível em: <https://entretenimento.r7.com/musica/funk-ostentacao-a-brincadeira-que-virou-fabrica-de-milionarios-23122019> Acesso em: 07/01/2021.
REZENDE, A. Entre o olhar da pobreza e o som da ostentação: o consumo das narrativas midiáticas do funk ostentação por crianças em contexto de vulnerabilidade social, 2017. Disponível em: <https://tede2.espm.br/handle/tede/260> Acesso em: 07/01/2021.
ROCHA, E. A sociedade do sonho: Comunicação, cultura e consumo. Rio de Janeiro: Editora Mauad , 1995.
________. Magia e Capitalismo: um estudo antropológico da publicidade. São Paulo: Editora Brasiliense, 2010.
VIANA, I F. Mulheres negras e baile funk: sexualidade, violência e lazer. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte. 216f. 2013.
Gaúcha Zero Hora (GZH). Uma década depois de melhorar de vida, como está a classe C hoje? 2020. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2020/02/uma-decada-depois-de-melhorar-de-vida-como-esta-a-classe-c-hoje-ck768rz840mwa01qdkwca2d8k.html> Acesso em: 31/01/2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).