Uma leitura ecolinguística de "Se eu quiser falar com Deus" de Gilberto Gil
Palavras-chave:
Linguística Ecossistêmica. Análise de Textos-Discursos Literários. Monólogo Aparente. Diálogo.Resumo
O objetivo deste artigo é mostrar que a versão da ecolinguística conhecida como linguística ecossistêmica contém todas as categorias necessárias para se analisarem textos-discursos literários, mesmo diante do fato de que a manifestação prototípica da linguagem para ela seja o diálogo. Com a ajuda de conceitos de Benveniste e Bakhtin, argumentamos que até o texto “monológico” pode ser visto da perspectiva dialógica. Tomando como exemplo o texto “Se eu quiser falar com Deus” de Gilberto Gil, tentamos mostrar, mediante o uso de gráficos típicos da linguística ecossistêmica, como isso pode ser representado. Durante a produção do texto, temos um diálogo do autor com um alter-ego seu. Terminado o texto, poderá haver um diálogo com o outro, quer seja ele um leitor comum ou um crítico. No caso específico do texto sob análise, o autor o apresenta cantando juntamente com a melodia que juntou a ele. Nesse momento, há a reação do público, com o que temos um diálogo com o outro, não mais do autor consigo mesmo, seu alter-ego.
Downloads
Referências
BENVENISTE, Émile. Problemas de linguística geral II. Campinas: Pontes, 1989.
COUTO, Hildo Honório do. O tao da linguagem. Campinas: Pontes, 2012.
_______. Linguística ecossistêmica. Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), v. 1, n. 1, 2015, p. 36-62.
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/15135/10836
_______. Notas sobre o conceito de texto na linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 3, n. 2, 2017a. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/ojs311/index.php/erbel/article/view/9677/8545 (27/11/2018)
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/26588 (acesso: 23/09/2018).
_______. Linguística ambiental. 2017b. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 5, n. 1, 2019, p. 960112. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/22809/20553 (acesso: 04/05/2019).
_______; Couto, Elza K. N. N. do; Borges, Lorena. 2012. Análise do discurso ecológica (ADE). Campinas: Pontes.
________. 2015. Por uma análise do discurso ecológica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 1, n. 1, p. 81-104. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9968/8801 (acesso: 04/05/2019).
COUTO, Elza K. N. N. do. Ecolinguística e imaginário. Brasília: Thesaurus, 2012.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
FILL, Alwin. Ökolinguistik: Eine Einführung. Tübingen: Gunter Narr Verlag, 1993.
_______. "The big mountains sit still..." Ökolinguistische Interpretation von Gedichten: D. H. Lawrence. In: FILL, Alwin & Hermine PENZ (orgs.). Sustaining language: Essays in applied linguistics. Viena: LIT Verlag, 2007, p. 203-214.
Glotfelty, Cheryll; Fromm, Harold (orgs.). The ecocriticism reader. Athens, Georgia: The University of Georgia Press, 1996.
Halliday, Michael M. Halliday's introduction to functional grammar. Londres: Routledge, 2014.
Lao Tzu. Tao te ching. São Paulo: Martin Claret, 2006.
Maas, Utz. 1973. Sprachliches Handeln: Auffordern, Fragen, Behaupten. In: Funk-Kolleg Sprache. Frankfurt: Fischer Taschenbuch Verlag, p. 144-157.
Martin, James R. Positive discourse analysis: solidarity and change. Revista canaria de estudios ingleses n. 49, 2004, p. 179-200.
_______. Vernacular deconstruction: undermining spin. DELTA v. 22, n. 1, 2006, p. 177-203.
Morin, Edgar. O método 2: a vida da vida. Porto Alegre: Editora Sulina.
Naess, Arne. The shallow and the deep, long-range ecology movement: a summary. Inquiry 16, 1973, p. 95-100.
Peirce, Charles Sanders. Semiótica e filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
Strongoli, Maria Thereza Q. G. 2014. Revisitando a metáfora sob a luz dos regimes do imaginário. In: Couto, Elza; Dunck-Cintra, Ema; Borges, Lorena (orgs.). Antropologia do imaginário, ecolinguística e metáforas. Brasília: Thesaurus, p. 65-82.
_______; Couto, Elza Kioko N. N. Religião: entre a sociedade e o imaginário. Sæculum - revista de história n. 30, 2014, p. 249-267.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).