O ecossistema linguístico e cultural urbano da imigração italiana no eixo Rio de Janeiro-Juiz de Fora

Autores

  • Mario Monachesi Gaio UFF/EUV
  • Mônica Maria Guimarães Savedra UFF/CNPq/FAPERJ

Palavras-chave:

Linguística ecossistêmica. Comunidade de fala. Imigração italiana. Línguas em contato.

Resumo

Esse trabalho tem o escopo de identificar o ecossistema linguístico dos imigrantes italianos que se dedicaram ao trabalho de distribuição de jornais nas cidades de Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Com base nas premissas da linguística ecossistêmica, que enxerga uma Comunidade de Fala (CF) como o ecossistema linguístico por excelência, esta pode ser delimitada pelo pesquisador de acordo com o viés de observação adotado. Compararemos a CF Fazenda do Zé Artino (COUTO, 2016), com a CF desses jornaleiros, apontando as diferenças e mostrando as possibilidades de estudo de ambas sob a perspectiva holística da ecolinguística.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mario Monachesi Gaio, UFF/EUV

Pesquisador de Pós-Doutorado "nota 10" da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) vinculado à Universidade Federal Fluminense. Doutor em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e pela Europa Universität Viadrina (cotutela); Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense; graduado em Letras com habilitação em português e italiano e suas respectivas literaturas (2007) pela Universidade Federal de Juiz de Fora; graduado em Engenharia Civil (1985) pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente é revisor de textos e tradutor de português - italiano - português.

Mônica Maria Guimarães Savedra, UFF/CNPq/FAPERJ

Possui Bacharelado e Licenciatura em Português e Alemão pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1977), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1988) e Doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994). Realizou pesquisa de pós-doutorado na Universität Duisburg-Essen (2004). Atualmente é professora da Universidade Federal Fluminense - UFF, onde desenvolve pesquisas e orienta na área de sociolinguística, com ênfase na área de contato linguístico, com especial atenção para línguas de imigração, no âmbito da temática de bilinguismo/bilingualidade, plurilingusmo/plurilingualidade e línguas pluricêntricas. Foi professora adjunta da Uerj (1978-2003) e da PUC-Rio (1990-2009). Atuou em ambas universidades na área de ensino de alemão como língua estrangeira -DaF, orientando vários trabalhos em nível de graduação e pós-graduação. Foi coordenadora do GT de Sociolinguística da ANPOLL de 2006 a 2010. Coordenou um projeto PROBRAL com a Universität Duisburg-Essen no biênio 2006-2007 e atualmente coordena um PROBRAL II em parceria com a Europa Universität Viadrina (2015-2018). Também é Cientista do nosso estado (CNE) pela Fundação Carlos Chagas de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro-FAPERJ desde 2014 e atuou como assessora científica desta Fundação para a área de Humanidades de 2010 a 2018.

Referências

BANG, Jørgen Chr.; DØØR, Jørgen. Ecolinguística: um enquadramento conceitual. Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), v. 1, n. 2, p. 65-81, 2015. http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/index (acesso: 10/09/2016).
BERTONHA, João Fábio. Sob o signo do Fascio: O fascismo, os imigrantes italianos e o Brasil, 1922-1943. Tese de doutoramento, Universidade Estadual de Campinas, 1998.
COUTO, Hildo Honório do. Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 2007
___________ Linguística, ecologia e ecolinguística. São Paulo: Contexto, 2009.
___________ A comunidade de fala da Fazenda do Zé Artino. http://meioambienteelinguagem.blogspot.com.br/2016/02/a-comunidade-de-fala-fazenda-do-ze.html , 2016 (acesso: 26/09/2016)
CROCI, Federico. A Imigração no Brasil. In: MELLO, Heliana; ALTENHOFEN, Cléo V.; RASO, Tommaso. Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011
ECKERT, Penelope. Variation, convention and social meaning. Paper Presented at the Annual Meeting of the Linguistic Society of America. Oakland CA, Jan. 7, 2005
ECKERT, Penelope. Three Waves of Variation Study: The Emergence of Meaning in the Study of Sociolinguistic Variation. Annual Review of Anthropology, n. 100, p. 41:87, 2012
FERENZINI, Valéria Leão. Os italianos e a Casa D’Italia de Juiz de Fora. In: Locus: revista de História da UFJF. Juiz de Fora, v. 14, n. 2 p. 149-159, 2008
GAIO, Mario Luis Monachesi. Imigração italiana em Juiz de Fora: manutenção e perda linguística em perspectiva de representação. 111f. Dissertação de mestrado. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2013
GOMES, Altair Martins. O Estudo de redes Sociais e sua contribuição para a ecolinguística. Atas do IIº encontro brasileiro de imaginário e ecolinguística,11 a 13/novembro/2015, p. 256-271
MUFWENE, Salikoko. Ecologia da língua: algumas perspectivas evolutivas. In: COUTO, Hildo Honório do et al. (orgs.). O Paradigma Ecológico para as Ciências da Linguagem: ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. Goiânia: Editora UFG, 2016
SAVEDRA, Mônica Maria Guimarães; GAIO, Mario Luis Monachesi; CARLOS NETO, Marcionilo Euro. Contato linguístico e imigração no Brasil: fenômenos de manutenção/revitalização, language shift e code-switching. Veredas, v. 19, n. 1, p. 71-91, 2015
TRAMPE, Wilhelm. Sobre o papel da linguagem nos sistemas antropogênicos. Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), v. 2, n. 1, p. 41-59, 2016. http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/index (acesso: 20/09/2016).
TRENTO, Angelo. Os italianos no Brasil. São Paulo: Bardella, 2000.
WEINREICH, Uriel. Languages in Contact: Findings and Problems. Haia: Mouton Publishers, 1968 [1953].
WENGER, Etienne. Comunità di Pratica. Apprendimento, significato e identità. Milão: Raffaello Cortina Editore. 2006 [1998].

Downloads

Publicado

2017-02-10

Como Citar

Gaio, M. M., & Savedra, M. M. G. (2017). O ecossistema linguístico e cultural urbano da imigração italiana no eixo Rio de Janeiro-Juiz de Fora. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 3(1), 06–24. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/10484

Edição

Seção

Artigos