Uma insólita mistura de prazer e dor
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_17_2Resumo
O diálogo Fédon inicia-se com uma atmosfera deveras intrigante: o personagem homônimo começa sua narrativa descrevendo que, nos últimos momentos de Sócrates, se sentiu invadido por uma afecção estranha (atopon pathos), isto é, uma insólita mistura de prazer e dor (Phd. 59a5-a6). Nossa investigação tentará, a partir deste afeto insólito, refletir sobre a natureza do prazer e da dor como afecções constitutivas do homem, ao mesmo tempo, que tentará elucidar a defesa socrática acerca do desejo e do prazer diante da perspectiva da morte e do morrer que parece caracterizar o verdadeiro amante do saber (philosophos). Deste modo, devemos compreender que a argumentação socrático-platônica tem como tarefa mostrar, por um lado, que mesmo numa situação extrema como na condenação injusta de um homem bom e justo, a vida filosófica merece ser vivida. Por outro lado, mostrar que se o verdadeiro amante do saber não pode conhecer a verdade na sua totalidade enquanto vive neste corpo, resta-lhe a doce esperança de alcançar, depois da morte, a sabedoria tão desejada. Deste modo, justifica-se assim a felicidade que Sócrates demonstra, diante da morte, nos gestos e nas palavras.
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