Performance e Élenkhos no Íon de Platão
Palavras-chave:
Platão, Ion, hermenêutica, performance, élenkhosResumo
No Íon, a autoridade e a sabedoria de poetas e rapsodos são confrontadas por meios indiretos. O caráter oblíquo dessa estratégia impede o acesso direto ao conteúdo do diálogo e provoca inúmeros equívocos de leitura. Um fato contextual estimula mais ainda leituras equivocadas. A poesia tratada no Íon difere muito da forma como nós, modernos, a entendemos. Na Antiguidade grega, de base aural, a poesia era o modo privilegiado de conservação da tradição herdada, e permaneceu exercendo essa função capital até mesmo quando a escrita passou a desempenhar papel relevante na forma de composição e transmissão cultural. Neste contexto, o rapsodo representa uma autoridade que cobre praticamente todos os campos do saber. Autoridade enciclopédica, contra a qual Platão travou uma guerra não sem ambiguidades. O presente artigo busca revelar a motivação profunda que anima o Íon: a contraposição entre dois modos de comunicação, o da poesia e o da filosofia. Defende, ainda, que Platão, ao atacar a performance poética, busca, além de rejeitá-la, substituí-la pelo élenkhos socrático como modo de comunicação ideal para instrução e guia da vida humana.
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