Unidade e Multiplicidade no método diairético de Platão no Sofista
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_31_30Palavras-chave:
Platão, Ser, Ontologia, Unidade, Dialética, LinguagemResumo
Ao colocar a diairesis em comunhão com a dialética, Platão rompe com a estrutura dicotômica-unívoca parmenídica; no Fragmento 2 do Poema Da Natureza, a deusa estabelece que há apenas dois caminhos para a verdade, um que é e outro que não é. Desses dois caminhos, Parmênides nega o segundo, afirmando que é impossível conhecer o que não é: para o filósofo préssocrático conhecer algo está relacionado ao é, logo, para ele, é impossível conhecer o que não é. De maneira que há, em Parmênides, uma cisão entre “ser” e “não-ser”. O desafio, ao qual nos propomos neste artigo, é explorar as implicações, para a diairesis no Sofista de Platão, quanto à afirmação parmenídica sobre a impossibilidade cognoscível a respeito do não-ser.
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