As partes pelo todo
a mentalidade paratáxica em Homero e no Antigo Testamento
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_24_5Palavras-chave:
Homero, Antigo Testamento, AntropologiaResumo
O presente artigo visa demonstrar a existência de uma mentalidade paratáxica tanto nas obras homéricas quanto no Antigo Testamento, estabelecendo um paralelo a fim de evidenciar que o corpo, enquanto unidade viva e orgânica, é apresentado mediante suas partes, que expressam não somente o conjunto como ainda o indivíduo. Há, portanto, uma possibilidade de relação entre o que Giovanni Reale entende por “mentalidade paratáxica”, na expressão do todo pelas suas partes presente nos poemas homéricos, e o que Hans Walter Wolff indica como “pensamento estereométrico-sintético” do Antigo Testamento. Atestando-se esta relação e semelhança entre a mentalidade do Antigo Testamento e a mentalidade homérica, não somente se evidencia a importância do estudo comparativo entre estas, mas também se possibilita um renovo interpretativo tanto da gramática antropológica destes textos como ainda da história das concepções antropológicas tanto na Grécia Antiga quanto na tradição judaico-cristã.
Downloads
Referências
BREMMER, J. N. (1983). The Early Greek Concept of the Soul. Princeton, Princeton University Press.
CHEVITARESE, A. L. (2004). Fronteiras Culturais no Mediterrâneo antigo: gregos e judeus nos períodos Arcaico, Clássico e Helenístico. Politeia: Hist. e Soc. 4, nº 1, p. 69-82.
CLARKE, M. (1999). Flesh and Spirit in the Songs of Homer: A Study of Words and Myths. Oxford, Clarendon Press.
CULLEY, R. C. (1986). Oral Tradition and Biblical Studies. Oral Tradition 1, nº 1, p. 30-65.
FRIEDRICH, P. & REDFIELD, J. (1978). Speech as a Personality Symbol: The Case of Achilles. Language 54, nº 2, p. 263-288.
GASKIN, R. (1990). Do Homeric Heroes Make Real Decisions? The Classical Quarterly 40, nº 1, p. 1-15.
GORDON, C. H. (1955). Homer and Bible: the origin and character of East Mediterranean Literature. Hebrew Union College Annual 26, p. 43-108.
HAAG, H. (1961). Homer und das Alte Testament. Theologische Quartalschrift 141, p. 1-24.
JANOWSKI, B. (2013). Arguing with God: a theological anthropology of the Psalms. Translated by Armin Siedlecki. Louisville, Westminster John Knox Press.
HARRISON, E. L. (1960). Notes on Homeric Psychology. Phoenix 14, nº 2, p. 63-80.
KRAHMER, G. (1931). Figur und Raum in der Ägyptischen und Griechisch-Archaischen Kunst. Halle, Max Niemeyer.
LONG, A. A. (2015). Greek Models of Mind and Self. Cambridge, Harvard University Press.
LYS, D. (1966). The Israelite Soul according to the LXX. Vetus Testamentum 16, nº 2, p. 181-228.
MAIER, A. M.; FANTALKIN, A.; ZUKERMAN, A. (2009). The Earliest Greek Import in the Iron Age Levant: New evidence from Tell Es-Safi/Gath, Israel. Ancient West & East 8, p. 57-80.
MARCHADOUR, A. (1985). Morte e vida na Bíblia. São Paulo, Paulinas.
NIEHOFF, M. R. (2011). Jewish Exegesis and Homeric Scholarship in Alexandria. Cambridge, Cambridge University Press.
NOTOPOULOS, J. A. (1949). Parataxis in Homer: a new approach to homeric literary criticism. Transactions and Proceedings of the American Philological Association 80, p. 1-23.
OLIVEIRA, A. C. de. (2008). Considerações sobre a psykhé nos poemas homéricos. Gaia 8, p. 7-27.
REALE, G. (2002). Corpo, alma e saúde: o conceito de homem de Homero a Platão. Trad. Marcelo Perine. São Paulo, Paulus.
REDFIELD, J. M. (1975). Nature and Culture in the Iliad: The Tragedy of Hector. Chicago, University of Chicago Press.
ROBINSON, T. (2010). As origens da alma: os gregos e o conceito de alma de Homero a Aristóteles. São Paulo, Annablume.
RÖMER, T. (2015). The Hebrew Bible and Greek Philosophy and Mythology ”“ some case studies. Semitica 57, p. 185-203.
RUPPENTHAL NETO, W. (2016). O conceito de nefesh no Antigo Testamento. Vox Scripturae 24, nº 1, p. 31-53.
SANTOS, B. S. (1999). A imortalidade da alma no Fédon de Platão: coerência e legitimidade do argumento final. Porto Alegre, EDIPUCRS.
SEEBASS, H. (1998). × Ö¶×¤Ö¶×©× nepeš. In: BOTTERWECK, G. J.; RINGGREN, H.; FABRY, H.-J. Theological Dictionary of the Old Testament. Vol. IX. Grand Rapids, Eerdmans, p. 497-519.
SILVA, B. M. (2010). Thymós e psykhé nas obras homéricas. In: I Congresso Internacional de Religião, Mito e Magia no Mundo Antigo & IX Fórum de debates em História Antiga, Rio de Janeiro, p. 57-67.
SNELL, B. (2005). A cultura grega e as origens do pensamento europeu. São Paulo, Perspectiva.
STEAD, C. (1999). A filosofia na Antiguidade Cristã. São Paulo, Paulus.
SULLIVAN, S. D. (1988). Psychological Activity in Homer: A Study of Phrēn. Ottawa, Carleton University Press.
VERNANT, J.-P. (2008). Mito e Pensamento entre os Gregos: Estudos de psicologia histórica. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
VON RAD, G. (1993). Wisdom in Israel. Harrisburg, Trinity Press International.
WALDBAUM, J. C. (1994). Early Greek Contacts with the Southern Levant, ca. 1000-600 B.C.: The Eastern Perspective. Bulletin of the American Schools of Oriental Research 293, p. 53-66.
WARDEN, J. (1971). ΨΥΧΗ in Homeric Death-Descriptions. Phoenix 25, nº 2, p. 95-103.
WILLIAMS, B. (1993). Shame and Necessity. Berkeley, University of California Press.
WOLFF, H. W. (2008). Antropologia do Antigo Testamento. São Paulo, Hagnos.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Dado o acesso público desta revista, os textos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. O conteúdo das publicações é de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
1. Os autores autorizam a publicação do artigo na revista.
2. Os autores garantem que a contribuição é original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.
3. Os autores garantem que a contribuição que não está em processo de avaliação em outras revistas.
4. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a Creative Commons Attribution License-BY.
5. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line após a publicação na revista.
6. Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
7. É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.