Ὑπόκρισις. Da arte da atuação à arte do engano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984-249X_24_3

Palavras-chave:

hipocrisia, engano, ironia, metis

Resumo

Pretende-se aqui investigar os pressupostos que levam a uma condenação pela filosofia moral das diversas práticas de engano comumente envolvidas sob o nome de hipocrisia. A argumentação é desenvolvida em torno de três questões: primeiramente, acerca dos pressupostos sob os quais práticas como: simulação, dissimulação e ironia vêm a se tornar um problema à filosofia moral. Depois, no sentido de se compreender como a hipocrisia, originalmente atribuída à arte do ator, vem a fazer parte da esfera moral designando, como arte do engano, o conjunto daquelas estratégias moralmente condenáveis. Por fim, de que maneira se poderia pensar uma via de contraposição a essa condenação. Como defendo, ela aconteceria sob um duplo pressuposto: o de uma distinção de perspectivas entre enganar e ser enganado ”“ com seus respectivos modos de avaliação ”“ e por meio de uma reavaliação das formas de pensamento atreladas à inteligência astuciosa que os gregos nomeavam por metis. Sob tais pressupostos, a hipocrisia poderia ser associada à pauta ético-poiética da criação de si.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BERNARDAKIS, G. N. (ed.) (1888). Plutarch. Moralia (vol. 1). De capienda ex inimicis utilitate. Leipzig, Teubner.
BERNARDAKIS, G. N. (ed.) (1888). Plutarch. Moralia (vol. 1). Quomodo adulator ab amico internoscatur. Leipzig, Teubner.
BROCKETT, O. G.; HILDY, F. J. (2002). History of the theatre. 9ed. Boston, Allyn & Bacon.
LA BRUYÈRE, J. de. (trad.) (2006). Théophraste. “Les caractères de Théophraste”. In: Libro Veritas (domaine public), p.16-56. Disponível em: <URL = http://www.inlibroveritas.net/oeuvres/4900/les-caracteres>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
BURNET, J. (ed.) (1903). Plato. Republic. Oxford, Oxford University Press.
BURNET, J. (ed.) (1903). Plato. Ion. Oxford, Oxford University Press.
BYWATER, J. (ed.) (1894). Aristotle. Ethica Nicomachea. Disponível em: < URL = http://data.perseus.org/texts/urn:cts:greekLit:tlg0086.tlg010.perseus-grc1>. Acesso em: 16 dezembro, 2016.
CASAUBON, I. (1763). “Liber commentarivs ”“ Praefatio”. In: FISCHER, J. F. (ed.). Theophrastus. Theophrasti characteres. Coburg. I.C. Findeisii, p. 1-240 (pdf: 383-674). Disponível em: <URL = http://books.google.com.br/books?id=R80zAQAAMAAJ&hl=pt-BR>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
CASAUBON, Isaac. (trad.) (1690). Theophrasti. Êthikoi kharaktêres. Friderici Arnst. (edição greco-latina) Original de: Biblioteca Estadual da Baviera (Bibliotheca Regia Monacensis). Disponível em: <URL = http://books.google.com.br/books?id=yqg-AAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
CHANTRAÎNE, P. (1999). Dictionnaire étymologique de la langue Grecque. Paris, Klincksieck.
CORVISIERI, E. (trad.) (2004). Platão. A república. São Paulo, Nova Cultural.
DETIENNE, M. (1988). Os mestres da verdade na Grécia arcaica. Trad. A. Daher. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
DETIENNE, M.; VERNANT, J.-P. (2008). Métis: as astúcias da inteligência. Trad. F. Hirata. São Paulo, Odysseus.
DIAS, P. B. (trad.) (2010). Plutarco. Obras morais. Coimbra, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos.
DIDEROT, D. (1979). Paradoxo sobre o comediante. Trad. M. de S. Chauí; J. Guinsburg. 2ed. São Paulo, Abril Cultural.
DIDOT, A. F. (ed.) (1848). Aristoteles. Opera omnia (vols. I e II). Paris, Institute Francle Typographo. Originais: Biblioteca da Universidade de Michigan. Disponíveis em: <URL = http://data.perseus.org/texts/urn:cts:greekLit:tlg0086.tlg010>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
DIELS, H. (ed.) (1909). Theophrastus. Characters. Oxford, Oxford University Press. Disponível em: <URL = http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=urn:cts:greekLit:tlg0093.tlg009.perseus-grc1:0>. Acesso em: 16 dezembro, 2016.
FISCHER, J. F. (ed.) (1763). Theophrasti. Theophrasti characteres. Coburg, I. C. Findeisii, Original de: Stanford University Library. Disponível em: <URL = http://books.google.com.br/books?id=R80zAQAAMAAJ&hl=pt-BR>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
FONSECA, I. B. da (trad.) (1998). Plutarco. Como tirar proveito de seus inimigos; Da maneira de distinguir o bajulador do amigo. São Paulo, Martins Fontes.
GONZALEZ, J. M. (2010), “Hypokritês”, CHS - Center for Hellenic Studies Research Bulletin. Disponível em: <URL = http://www.chs-fellows.org/2010/12/13/hypokrites/>. Acesso em: 19 dezembro, 2016.
KASSEL, R. (ed.) (1966). Aristotle. Ars Poetica. Oxford, Clarendon Press. Disponível em: <URL = http://data.perseus.org/texts/urn:cts:greekLit:tlg0086.tlg034.perseus-grc1>. Acesso em: 16 dezembro, 2016.
MALTA, A. (trad.) (2007). Platão. Sobre a inspiração poética (Íon) e sobre a mentira (Hípias menor). Porto Alegre, L&PM Pocket.
NIETZSCHE, F. W. (2004). Aurora. Trad. P. C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras.
RIBEIRO Jr., W. A. (2011). Enganos, enganadores e enganados no mito e na tragédia de Eurípedes. 508p. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) ”“ Universidade de São Paulo, São Paulo.
SCHÜLER, D. (trad.) (2007). Homero. Odisséia (vol. 1). Porto Alegre, L&PM.
SOUZA, E. de (trad.) (1973). Aristóteles. Poética. São Paulo, Abril Cultural.
SZABADOS, B.; SOIFER, E. (2004). Hypocrisy. Ethical investigations. Toronto, Broadview.
VALLANDRO, L.; BORNHEIM, G. (trads.) (1973). Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo, Abril Cultural.
VIEIRA, T. (trad.) (2008). Sófocles. Filoctetes. São Paulo, Odysseus.

Downloads

Publicado

2018-09-01

Como Citar

Costa, G. B. do N. (2018). Ὑπόκρισις. Da arte da atuação à arte do engano. Archai Journal, (24), 111. https://doi.org/10.14195/1984-249X_24_3