Sobre um modelo algébrico finito e discreto para a edução do espaço e do movimento a partir da matéria primeira
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_24_2Palavras-chave:
metafísica, ontologia da matéria, filosofia da natureza, filosofia da físicaResumo
Este artigo tem por objetivo apresentar um modelo algébrico finito e discreto para o conceito aristotélico de substrato ou matéria prima (proté hylé) com base no desenvolvimento posterior deste conceito em Tomás de Aquino. De forma oposta a considerá-lo como um conceito ultrapassado e obscuro, mostra-se a atualidade e proficuidade desta intuição aristotélica sobre a realidade, ainda que não individualizada, de um substrato que permearia a totalidade da natureza física, sendo a matriz fundamental para a gênese e a corrupção corpóreas. Esta intuição básica ainda que objeto de controvérsia ao longo do tempo foi aceita por diversos autores de destaque, porém em nenhum caso foi explorada através de um modelo matemático. Ademais, é fundamental que o substrato esteja dotado de qualidades que tornem possível que dele se possa extrair tanto o espaço como o movimento corpóreo. Neste trabalho, apresentamos um modelo algébrico por hipótese isomorfo ao substrato, do qual extraímos consequências relevantes, como a extensão do espaço e o caráter dinâmico da matéria, além de uma relação básica entre operadores derivados de espaços vetoriais duais da álgebra que formalmente provê o caso discreto da relação de incerteza de Heisenberg.
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