Música e experiência na era da reprodução digital

Autores

  • Juliana Braz Dias

Palavras-chave:

indústria musical, tecnologias de gravação, música ao vivo, mercantilização da experiência, Cabo Verde

Resumo

O artigo busca destacar as conexões entre a indústria fonográfica global e as experiências em nível local. Apresenta o argumento de que os desafios enfrentados pelas grandes gravadoras com a revolução digital devem ser compreendidos enquanto um fenômeno relacionado a inúmeras performances musicais ao redor do mundo. A temática é abordada por meio da análise de um caso particular: o mercado musical em Cabo Verde. São apresentados dois tipos de eventos: as noites cabo-verdianas e as tokatinas. Observando a resiliência da música ao vivo (em Cabo Verde e em tantos outros lugares), sugiro que o estado atual da indústria musical pode ser interpretado como um restabelecimento do valor das pessoas. Mesmo com a introdução das novas tecnologias digitais, o artista não perdeu o seu valor. A música ao vivo pressupõe a valorização das experiências singulares e das relações entre pessoas, não importa quão efêmeras elas sejam.

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Publicado

2018-02-16

Como Citar

Dias, Juliana Braz. 2018. “Música E Experiência Na Era Da reprodução Digital”. Anuário Antropológico 39 (1):219-40. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6848.

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