“Ser macho neste país é coisa de macho”

a culturalização da masculinidade e sua relação assimétrica com a igualdade

Autores

  • Marco Julián Martínez Moreno

DOI:

https://doi.org/10.26512/anuarioantropologico.v41i2.2016/6353

Palavras-chave:

individualismo, reciprocidade, gênero, cultura, sujeito

Resumo

Neste artigo, proponho complementar a análise individualista do campo das masculinidades com as noções de pessoa e reciprocidade para compreender melhor relações tidas por violentas e sujeitos que, nesse campo, são constituídos em oposição moral à noção de cidadão. Com isto, apelo à revisão de supostos epistemológicos do pesquisador no seu trabalho de classificar e analisar identidades, práticas e relações desde uma perspectiva de gênero, que está em relação estreita com a noção de cultura. Argumento que as categorias de gênero e cultura conjugam três tempos que constroem a masculinidade como uma problemática social a intervir em função de um projeto igualitário. Por último, mostro como alguns homens na Colômbia apropriam-se de categorias próprias de um repertório individualista, transformando a acusação de machistas em identidade para justificar sua existência social como sujeitos de direito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEIRAS, Adriano. 2012. La (de)construcción de subjetividades en un grupo terapéutico para hombres autores de violencia en sus relaciones afectivas. Tese de doutorado em psicologia social, Universitat Autònoma de Barcelona.
CONNEL, Raewyn. 2005. Masculinities. Berkeley e Los Angeles: University of California Press. Publicado originalmente em 1995.
CONNELL, Raewyn W. & MESSERSCHMIDT, James. 2005. “Hegemonic masculinity: rethinking the concept”. Gender and Society, 19(6):829-859.
DUMONT, Louis. 1970. Homo hierarchicus: the caste system and its implications. Chicago: The University of Chicago Press. Publicado originalmente em 1966.
FOUCAULT, Michel. 1993. La microfísica del poder. Madrid: La Piqueta.
______. 1999. “La gubernamentalidad”. In: ______. Estética, ética y hermenéutica. Barcelona: Paidós.
GÓMEZ, Freddy & GARCÍA, Carlos Iván. 2006. “Masculinity and violence in Colombia: deconstructing the conventional way of becoming a man”. In: Ian Bannon & Maria Correia (eds.). The other half of gender: men’s issues in development. Washington: The World Bank, p. 93-110.
GUTMANN, Matthew. 1997. “Trafficking in men: the anthropology of masculinity”. Annual Review of Anthropology, 26:385-409.
GUZMÁN, Germán. 1968. La violencia en Colombia, parte descriptiva. Cali: Progreso.
HENLEY, David & DAVIDSON, Jamie. 2007. “Introduction: radical conservatism ”” the protean politics of adat”. In: Jamie Davison & David Henley (Eds.). The revival of tradition in Indonesian politics: the deployment of adat from colonialism to indigenism. London, New York: Routledge. pp. 1-49.
JIMENO, Myriam; GÓNGORA, Andrés; MARTÍNEZ Marco Julián; & SUÁREZ, Carlos José. 2007. Manes, mansitos y manazos: una metodología de trabajo sobre violencia intrafamiliar y sexual. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, Departamento Administrativo de Bienestar Social.
MAHMOOD, Saba. 2006. “Teoria feminista, agência e sujeito liberatório: algumas reflexões sobre o revivalismo islâmico no Egipto”. Etnográfica, 10(1):121-158.
MALINOWSKI, Bronislaw. 1973. Los argonautas del Pacífico occidental: comercio y aventura entre los indígenas de la Nueva Guinea melanésica. Barcelona: Península. Publicado originalmente em 1922.
MARTÍNEZ, Marco Julián. 2012a. “Entre a violência e a paz pelo caminho da cultura: produção de cidadãos na democracia familiar”. In: Andréa Lobo (org.). Entre fluxos. Brasília: Editora Universidade de Brasília. pp. 165-193.
______. 2012b. “Un nuevo primitivo: cultura, género e igualdad en la transformación hacia una sociedad democrática”. Revista de Antropologia, 55(2):147-180.
______. 2013. Da “cultura de la violencia” à “democracia familiar”: masculinidade, cultura e conformação da alteridade em uma política pública de Bogotá, Colômbia. Dissertação de mestrado em antropologia social, Universidade de Brasília.
______. 2014. “Modernizando al hombre como sujeto de derecho, cultural y con género: un momento etnográfico en el campo de las masculinidades”. IM-Pertinente, 2(2):39-61.
______. 2016. Ser ñero, muchacho e novo homem: cultura, reciprocidade e gênero na relação entre violência e masculinidade. Inédito.
MAUSS, Marcel. 2011. “Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: ______. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify. pp. 183-313. Publicado originalmente em 1925.
MOORE, Henrietta L. 1994. A passion for difference: essays in anthropology and gender. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press.
______. 2007. The subject of anthropology: gender, symbolism and psychoanalysis. Cambridge and Malden: Polity Press.
NASCIMENTO, Marcos. 2001. Desaprendendo o silêncio: uma experiência com grupos de homens autores de violência contra a mulher. Dissertação de mestrado em saúde coletiva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
SAHLINS, Marshall. 1997. “O ‘pessimismo sentimental’ e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um ‘objeto’ em via de extinção (parte I)”. Mana, 3(1):41-73.
SILVA, Kelly; SIMIÃO, Daniel. 2012. “Coping with ‘traditions’: the analysis of EastTimorese nation building from the perspective of a certain anthropology made in Brazil”. Vibrant, 9(1):360-381.
SIMIÃO, Daniel. 2005. As donas da palavra: gênero, justiça e a invenção da violência doméstica em Timor Leste. Tese de doutorado em antropologia, Universidade de Brasília.
______. 2014. “Sensibilidades jurídicas e respeito às diferenças: cultura, controle e negociação de sentidos em práticas judiciais no Brasil e em Timor-Leste”. Anuário Antropológico, 39(2):237-260.
STOLCKE, Verena. 2001. “Gloria o maldición del individualismo moderno”. Revista de Antropologia, 44(2):7-37.
STRATHERN, Marylin. 2006. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp. Publicado originalmente em 1988.
VALE DE ALMEIDA, Miguel. 1996. “Gênero, masculinidade e poder: revendo um caso do sul de Portugal”. Anuário Antropológico, 95:161-190.
VIVEROS, Mara. 2002. De quebradores y cumplidores: sobre hombres, masculinidades y relaciones de género en Colombia. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, Fundación Ford y Profamilia.
______. 2003. “Perspectivas latinoamericanas actuales sobre la masculinidad”. In: Patricia Tovar (org.). Familia, género y antropología: desafíos y transformaciones. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia. pp. 82-129.

Downloads

Publicado

2018-01-25

Como Citar

Moreno, Marco Julián Martínez. 2018. “‘Ser Macho Neste país é Coisa De macho’: A culturalização Da Masculinidade E Sua relação assimétrica Com a Igualdade”. Anuário Antropológico 41 (2):33-56. https://doi.org/10.26512/anuarioantropologico.v41i2.2016/6353.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.