REFLEXÕES SOBRE CONJUGALIDADE E MATERNIDADE NO CONTO A IMITAÇÃO DA ROSA, DE CLARICE LISPECTOR
DOI :
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v5i2.27197Mots-clés :
Clarice Lispector. Maternidade. Conjugalidade. Literatura de autoria feminina.Résumé
Considerando-se que, na nossa sociedade, o “casamento e a maternidade como seu corolário aparecem […] como o locusideal do feminino” (NAVARRO-SWAIN, 2007, p. 210) e, na ordem do sistema patriarcal, “a capacidade específica de procriação do feminino torna-se o próprio feminino […] cuja existência se justifica pela sua capacidade de reprodução” (NAVARRO-SWAIN, 2007, p. 220-221), analisarei o conto “A imitação da rosa”, presente em Laços de Família(1960), a fim de discutir sobre dispositivos do sistema sexo/gênero que, ao longo dos séculos, vêm operando como mecanismos de opressão das mulheres. Entendendo que o principal discurso simbólico do sistema representacional do patriarcado presente neste conto está relacionado à incapacidade de procriação de Laura e, consequentemente, ao não exercício da maternidade, pretende-se discutir, a partir de uma visão teórica foucaltiana, sobre as estratégias adotadas pela personagem para resistir a esses mecanismos de opressão bem como discutir, ainda, em que medida o espaço heterotópico é explorado nessa narrativa como estratégia de resistência.
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