Repetição e automodelagem na ficção de Carlos Sussekind
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v7i2.44083Palavras-chave:
Carlos Sussekind, Repetição, Automodelagem, VariaçãoResumo
Este artigo pretende explorar o papel da repetição na obra de Carlos Sussekind e sua conexão com a constituição dos sujeitos que dela participam. Parte-se da observação dos artifícios compositivos e ficcionais ligados à cópia ou à tentativa de cópia, com o intuito de demonstrar a subversão a que submetem as relações tradicionalmente estabelecidas entre o modelo e sua representação. Defende-se, a seguir, a existência de uma relação entre esses artifícios e os processos de identificação, substituição e fusão que interconectam os sujeitos dessa obra, partindo da hipótese de que a constituição desses sujeitos se dá sempre através de suas práticas de linguagem, passíveis de ser repetidas ou emuladas. Insinua-se, por fim, que a conexão entre a repetição e a constituição dos sujeitos aqui explorada pode ser parte de aspectos repetitivos mais amplos da obra do autor.
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