SALVAR-SE ATRAVÉS DO RISO: UMA LEITURA PARÓDICA E NEOBARROCA DE CONTOS D’ESCÁRNIO. TEXTOS GROTESCOS, DE HILDA HILST*
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i3.41704Palavras-chave:
Hilda Hilst, Paródia, NeobarrocoResumo
Este artigo tem como objetivo principal apresentar uma leitura paródica da obra obscena Contos d’escárnio. Textos grotescos, da escritora paulista Hilda Hilst, publicada em 1992. Para tanto, definimos paródia, a partir de Linda Hutcheon, em função de seu caráter duplo: semelhança e diferença, ou seja, partilha de elementos de outro texto, mas os inverte, geralmente, de modo irônico. Para caracterizar tal movimento paródico, fazemos uma comparação entre os principais personagens da obra destacada e os de A obscena senhora D, entre Hillé e Crasso, Ehud e Hans Haeckel, buscando defini-los em razão de suas características predominantes, quais sejam, o erudito e o pornográfico. Por fim, a partir de proposições de Severo Sarduy e da ideia de neobarroco, salientamos que essa dualidade se dissolve nas obras, apresentando-se por vezes indistinta e, assim, aproximando-se da ordem barroca: a suspensão das contradições.
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