UMA FANTASIA AMARGA: O FANTÁSTICO EM A HORA DOS RUMINANTES, DA LITERATURA AO CINEMA
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i2.38312Palavras-chave:
A hora dos ruminantes, José J. Veiga, Luiz Sergio Person, Jean-Claude Bernardet, fantásticoResumo
Este artigo discute o problema do fantástico dentro da obra literária A hora dos ruminantes (1966) de José J. Veiga, bem como na sua adaptação para o cinema, idealizada em 1967 pelo cineasta Luiz Sergio Person e pelo crítico e roteirista Jean-Claude de Bernardet – que nunca chegará a ser filmada. Enfocamo-nos no problema da oposição entre o mundo real e o fantástico, e fazemos referência a alguns gêneros literários com os quais a obra de Veiga dialoga, como a literatura fantástica e o realismo mágico. Em seguida, tratamos da adaptação de Person e Bernardet para o cinema da obra de Veiga. Discutimos a relação da adaptação com alguns gêneros cinematográficos como a ficção científica, o terror e a fantasia. Detalhamos o uso original que Person e Bernardet pretendiam fazer do elemento fantástico de Veiga, alçando-o a espetáculo cinematográfico, e utilizando-o como alegoria política para comunicação de uma mensagem de resistência à Ditadura Militar. Concluímos discutindo, a partir do caso de A hora dos ruminantes, as implicações da transposição do elemento fantástico da literatura ao cinema, e os possíveis caminhos estéticos que o filme poderia ter aberto.
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