UMA FANTASIA AMARGA: O FANTÁSTICO EM A HORA DOS RUMINANTES, DA LITERATURA AO CINEMA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i2.38312

Palavras-chave:

A hora dos ruminantes, José J. Veiga, Luiz Sergio Person, Jean-Claude Bernardet, fantástico

Resumo

Este artigo discute o problema do fantástico dentro da obra literária A hora dos ruminantes (1966) de José J. Veiga, bem como na sua adaptação para o cinema, idealizada em 1967 pelo cineasta Luiz Sergio Person e pelo crítico e roteirista Jean-Claude de Bernardet – que nunca chegará a ser filmada. Enfocamo-nos no problema da oposição entre o mundo real e o fantástico, e fazemos referência a alguns gêneros literários com os quais a obra de Veiga dialoga, como a literatura fantástica e o realismo mágico. Em seguida, tratamos da adaptação de Person e Bernardet para o cinema da obra de Veiga. Discutimos a relação da adaptação com alguns gêneros cinematográficos como a ficção científica, o terror e a fantasia. Detalhamos o uso original que Person e Bernardet pretendiam fazer do elemento fantástico de Veiga, alçando-o a espetáculo cinematográfico, e utilizando-o como alegoria política para comunicação de uma mensagem de resistência à Ditadura Militar. Concluímos discutindo, a partir do caso de A hora dos ruminantes, as implicações da transposição do elemento fantástico da literatura ao cinema, e os possíveis caminhos estéticos que o filme poderia ter aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Cordeiro de Mello, UFMG

Doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2019). Mestre em Línguas, Literaturas e Civilizações Estrangeiras pela Universidade de Paris IV - Sorbonne, França (2011). Graduado em Letras - Língua Portuguesa e Língua Francesa pela Universidade de Brasília (2006 e 2013).

Referências

BENTES, Ivana (org). Glauber Rocha. Cartas ao mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

BERNARDET, Jean-Claude & PERSON, Luiz Sergio. O caso dos irmãos Naves (Chifre em cabeça de cavalo). Argumento e Roteiro. São Paulo: Imprensa Oficial, Coleção Aplauso. Fundação Padre Anchieta, 2004.

CASTELO, José. “Entrevista com José J. Veiga”, O Estado de São Paulo, 4 de outubro de 1997.

CAUSO, Roberto de Souza. Ficção científica, fantasia e horror no Brasil: 1875 a 1950. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

DANTAS, Gregório Foganholi. O insólito na ficção de José J. Veiga. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 2002.

DURIX, Jean-Pierre. Mimesis, Genres and Post-Colonial Discourse: Deconstructing Magic Realism. Nova York: Macmillan, 1998.

HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Santa Catarina: Editora UFSC, 2011.

PRADO, Antônio Arnoni, Atrás do Mágico Relance: Uma Conversa com J. J. Veiga. Editora Unicamp, 1989.

ROAS, David. Tras los límites de lo real. Una definición de lo fantástico. Madri: Páginas de Espuma, 2011.

SOUZA, Agostinho Potenciano, Um Olhar Crítico sobre o nosso tempo: uma leitura da obra de José J. Veiga. Editora Unicamp, 1990.

STAM, Robert. Introdução À Teoria Do Cinema, Papirus, 2003.

SUPPIA, Alfredo. Limite de Alerta! Ficção Científica em Atmosfera Rarefeita: Uma introdução ao estudo da FC no cinema brasileiro e em algumas cinematografias off- Hollywood. Universidade Estadual de Campinas, 2007.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Editora Perspectiva, 1975.

VEIGA, José J. A hora dos ruminantes, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

WEINTRAUB, F. COHN, S e PROENÇA, R. A última entrevista de J. J. Veiga, 1999. Consultado em 2019 no endereço: http://www.portalentretextos.com.br/noticias/a-ultima-entrevista-de-j-j-veiga,2061.html

Downloads

Publicado

2021-08-13

Como Citar

CORDEIRO DE MELLO, Marcelo. UMA FANTASIA AMARGA: O FANTÁSTICO EM A HORA DOS RUMINANTES, DA LITERATURA AO CINEMA. Revista Água Viva, [S. l.], v. 6, n. 2, 2021. DOI: 10.26512/aguaviva.v6i2.38312. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/38312. Acesso em: 12 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiês