TRADUZIR O FEMINISMO: UM SUBSÍDIO DECOLONIZADOR
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i3.38053Palavras-chave:
Diáspora negra, Feminismos Negros, Estudos da Tradução, Teoria Decolonial, Pensadoras Negras BrasileirasResumo
O presente artigo considera a tradução como subsídio fundamental para a leitura, o letramento e a ressignificação no e do processo de decolonização do pensamento feminista. O artigo contextualiza o papel da tradução na Era da Informação, relembrando a história do movimento feminista universalista, diferenciando-o do feminismo geograficamente e eticamente localizado, que é capaz de contemplar as diferentes opressões vividas por mulheres negras, latinas e indígenas, entre outras, para argumentar que a tradução tem sido uma ferramenta importante para essas mulheres conhecerem melhor às Outras e a si mesmas. Além disso, destaca-se a falta de traduções de obras de renomadas pensadoras feministas negras estrangeiras, no mercado editorial brasileiro, e as obras literárias e teóricas de escritoras e intelectuais negras brasileiras publicadas no exterior por meio de tradução, principalmente em inglês e francês, são mapeadas. Além disso, são apontadas importantes contribuições de pensadoras negras brasileiras, cujas obras refletem sobre a relação entre tradução e feminismo no Brasil, apesar da inegável ausência de propagação de outros feminismos no e do Brasil. Por fim, o artigo defende que a tradução deve ser um ato de todas e todos e em todas as esferas, tanto na prática quanto na teoria, e vice-versa, no Brasil e no mundo.
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