DO LIXO AO LIVRO: QUARTO DE DESPEJO E DIÁRIO DE BITITA, DE CAROLINA MARIA DE JESUS
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v5i3.30886Palavras-chave:
Carolina Maria de Jesus. Sistema literário brasileiro. Feminismo. Relações raciais. Classe.Resumo
Carolina Maria de Jesus revela em Quarto de despejo (1960) e Diário de Bitita (1986) o cotidiano de muitas brasileiras negras do século XX. Da infância no interior de Minas Gerais à vida adulta na favela do Canindé, São Paulo, a trajetória de Carolina foi marcada pela rejeição ao tentar adentrar espaços marcados pelo privilégio branco. Os diários de Carolina podem ser considerados denúncias contra seus agressores, embora tragam, em sua forma, traços de uma cultura dominante assimilada. A escrita poética de Carolina é forjada na tentativa de emergir de uma camada subalterna à elite, revelando um deslocamento do ponto de vista de classe. Durante a ditadura militar no Brasil, sua obra passa a ser censurada e silenciada da cena literária porque sua crítica social não atendia o padrão proposto pelos militares. Analisarei as relações entre os sujeitos subalternizados e o sistema literário brasileiro, através da escrita íntima de Carolina.
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