O SILÊNCIO DE FAUSTO
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i1.30758Palavras-chave:
reconhecimento, silêncio, Cavell, Fausto, conhecimento.Resumo
O presente artigo é um estudo sobre o silêncio nas obras Fausto. Partindo-se da interpretação de Stanley Cavell, filósofo norte-americano, sobre a subjugação do reconhecimento pelo personagem Fausto de Goethe, busca-se um diálogo entre as obras do poeta português Fernando Pessoa e do poeta francês Paul Valéry, a saber: Tragédia Sujectiva e Meu Fausto, respectivamente. O que norteia esse estudo é a ideia de sucesso de conhecimento que Stanley Cavell associa à figura fáustica. Cavell, entretanto, compreende que se Fausto (de Goethe) vive esse sucesso - o do conhecimento- isso só seria possível dada à supressão da necessidade do reconhecimento. De que forma, então, o Fausto de Fernando Pessoa traz a sua própria interpretação para a falta de reconhecimento mencionada por Mefistófeles na obra de Paul Valéry?- pergunta-se. Ou ainda: como os dois Faustos lidam com aquilo que fora suprimido? Com esse silêncio que provém desde o Fausto de Goethe?
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